Fazer o test drive de brinquedos sexuais? Sim, é possível

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E se antes de comprar um vibrador fosse possível experimentá-lo? Fazê-lo pode parecer descabido – bem sabemos -, mas já existem sítios onde é possível fazer o test drive do produto sexual sem a garantia de o comprar. Vantagens? Conhecer desde logo o artigo em questão, evitando um investimento em algo que pode acabar por não ser utilizado.

É isso que defendem os proprietários da sex shop Doce Sensualidade, localizada no Brasil – mais propriamente na Vila Mariana, São Paulo: “Acho importante a pessoa testar o produto. Se não gostar, perde 700 reais [cerca de €162] porque já não há troca”, referiu à Cosmopolitan Brasil Andrei Masiglia, um dos donos da loja.

Por isso mesmo, há dois anos que é permitido aos clientes da Doce Sensualidade experimentarem qualquer produto ou objeto sexual sem a garantia de que o comprem.

“Notámos que 80% da clientela nunca tinha usado um brinquedo erótico e nem sabia qual era a sensação. Então, como fazer com que a pessoa percebesse como funciona? Testando!”, revelou ainda Andrei. E acrescentou que tem sido uma ideia bastante lucrativa: “Deu certo. As clientes passaram a interessar-se mais pelos produtos e, com isso, a comprar. As vendas aumentaram 50%”.

Mas como acontece o test drive?

Pois bem, em algumas sex shops é possível aceder a amostras de alguns produtos, como lubrificantes, sentindo os efeitos que estes possam dar no braço ou nas costas da mão. Existem também estabelecimentos que permitem tocar em vibradores ou dildos, para perceber como são ao toque, e ainda vê-los a trabalhar e sentir na mão ou no braço a vibração, para saber não só como funciona, como também o nível de intensidade.

Na Doce Sensualidade, o cliente é ainda confrontado com a possibilidade de fazer o teste íntimo: “Explicamos que a casa de banho da loja está à disposição, damos um preservativo e a pessoa pode ficar à vontade”, contou Andrei. Após o teste, o brinquedo testado é lavado com sabonete antibacteriano, seguindo as recomendações de três médicos infectologistas – consultados antes de avançar com a ideia, assegurou Thais Plaza, outra das proprietárias.

Também a loja online Eden Fantasys permite ao consumidor experimentar alguns produtos antes da compra, evitando que fiquem insatisfeitos e que acabem por gastar dinheiro em vão. A marca dispõe de quatro kits diferentes para que o cliente opte por aquele que pretende experimentar. Depois de feito o pedido, o kit é enviado, sem quaisquer custos, e o consumidor tem até 17 dias para fazer a avaliação. Nessa avaliação deverá indicar se gostou ou não, caso não tenha ficado satisfeito terá de justificar porquê. Se não o fizer, a partir do 18º dia será cobrado o valor do kit.

No entanto, apesar de esta não ser uma prática muito comum, não é nada de muito inovador: “As primeiras sex shops tinham cabines de masturbação para homens. Somos uma empresa que não vende produtos eróticos, nós empoderamos as mulheres com orgasmos“, fez ainda questão de esclarecer Thais. E acrescenta: “Aqui, homens e mulheres têm direitos iguais: se eles podiam masturbar-se, porque é que elas não?”.

Adepto ou não deste tipo de test drive, é importante ter atenção que os produtos sexuais devem ser considerados íntimos e intransmissíveis, tanto por questões higiénicas, como (e sobretudo!) de saúde. Mesmo objetos sexuais que já se tenham em casa devem ser devidamente higienizados e acomodados, para que não acumulem bactérias, além de não deverem ser partilhados.

[Imagem de destaque: Shutterstock]