Fecho rotativo de urgências de maternidade em Lisboa. E agora?

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Grávidas vão ter de ligar para 112 e ou linha Saúde 24 antes de irem para as maternidades de Lisboa, entre a primeira quinzena de julho e primeira de setembro, segundo aconselha Luís Pisco presidente da Administração Regional de Saúde e Vale do Tejo (ARSLVT) ao jornal Público. Dessa forma, as grávidas ficarão a saber quais os serviços de urgência externos abertos e que as pode receber: Maternidade Alfredo da Costa, Hospital de Santa Maria, São Francisco de Xavier ou Amadora-Sintra.

Recorde-se que aquela entidade tem em marcha um plano no qual prevê que as urgências de obstetrícia de quatro dos maiores hospitais de Lisboa venham a estar fechadas rotativamente – uma de cada vez – durante aquele período. A mesma entidade refere que não está em causa o normal funcionamento dos serviços de maternidade, ficando apenas de fora a possibilidade de receber os casos externos se aquela unidade estiver encerrada. Na base deste plano, que está a ser amplamente contestado, está a falta de recursos humanos para manter as quatros urgências a funcionar em pleno.

O esquema está a gerar polémica e indignação, e já levou partidos como PCP e o Bloco de Esquerda a requererem a presença da ministra da Saúde, Marta Temido, e dos responsáveis da ARS no Parlamento, para explicações.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse esta quinta-feira, 20 de junho, esperar que o eventual fecho rotativo de urgências de obstetrícia em Lisboa seja “devidamente esclarecido e explicado”. É preciso, referiu o chefe de Estado, “serenar os espíritos das pessoas”.

Numa nota envida ao final da tarde de quinta-feira, o Ministério da Saúde diz estar “a acompanhar o trabalho preparatório que envolve a ARSLVT, o INEM e alguns hospitais da região de Lisboa”. “As medidas de gestão de recursos que estão em estudo pela ARSLVT não preveem o encerramento de qualquer maternidade por nenhum período temporal”, afirma o gabinete de Marta Temido numa resposta escrita à agência Lusa.

“Os trabalhos em curso versam sobre o encaminhamento de utentes pelo CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes – INEM), prevendo-se que estejam sempre garantidos os serviços de urgência externa de três das quatro maternidades abrangidas e apenas durante o período de verão, mantendo-se as restantes respostas nas quatro unidades sem alterações”, avança a mesma nota.

O Governo sublinha que “esta é uma situação que ocorre à semelhança de anos anteriores, em que a ARSLVT entende estudar, de forma proativa, medidas que garantam o funcionamento pleno das urgências dos hospitais da região na área da ginecologia/obstetrícia”.

O Ministério da Saúde “assegura” ainda que “as utentes terão garantidas todas as respostas de que necessitam, cabendo à ARSLVT informar com a devida antecedência a população sobre as medidas que venham a ser decididas”.

CB com Lusa

Imagem de destaque: Shutterstock

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