Fernanda Montenegro e filha juntas na ficção e pela pandemia

Fernanda Montenegro e Fernanda Torres (2)
[Fotografia: Divulgação]

Quantos foram os filhos que ralharam aos pais nesta pandemia por estes não estarem a tomar os cuidados devidos? Quantos tiveram de se mudar para casa dos pais durante o período de isolamento social para cuidar dos progenitores? Quantos foram buscar os pais para, juntos, lidarem com a pandemia?

A história de Gilda e Lúcia, inserida na série Amor e Sorte, da Globo, retrata isso mesmo e junta, na vida ficção, mãe e filha na vida real: as atrizes brasileiras Fernanda Montenegro e Fernanda Torres.

O episódio de 30 minutos vai ser exibido este sábado, 12 de setembro, às 23.10 horas, na Globo.“Tudo acontece devido à despreocupação de Gilda com a possível contaminação viral, mesmo pertencendo ao grupo de risco por ter 90 anos”, lê-se no comunicado enviado às redações.

Nesta história, mãe e filha “sobem a serra”, onde ficam “por três meses”. “Eu aceitei logo, a mãe foi ainda ficando mais revoltada com a situação. Até que aceitamos depois aquele lugar como nosso. E, quando veio a filmagem da série, foi uma espécie de coroação”, conta Fernanda Torres, citada em comunicado.

Para Montenegro, esta história “marcou um momento de realização artística, de comunhão familiar, de aceitação de uma nova possibilidade de sobrevivência diante de uma tragédia como esse vírus que está no mundo”.

Sobre a vida real, a pandemia e o convívio com a filha, Fernanda Montenegro conta que não viviam juntas sob o mesmo teto há muitos anos. “Este vírus desgraçado, juntou-nos durante quatro meses. Vi-me muito amparada diante de uma mulher que luta pela sua vida, sabe o que quer, é honesta no que quer, é responsável como cidadã, tem uma sensibilidade diversificada, muito qualificada. É um ser humano cheio de talento para o que quiser na vida. E é ela. Está lá. Isso, para uma mãe, é uma comprovação de que aquele ser humano é livre”, recorda.

Fernanda Torres explica que, quando o Covid-19 chegou, sentiu a mãe “bem mais a pensar no futuro, no que isso significava em termos de trabalho. Via a acalmar-se ao longo dos quatro meses. E foi uma convivência incrível”.