Fernando Daniel estreia-se nas dobragens e fala sobre dueto internacional

fernando daniel

Foi o grande vencedor do programa televisivo The Voice Portugal 2016 e vingou rapidamente no mundo da música. Agora, Fernando Daniel estreia-se também nas dobragens, a par e passo com a cantora Sara Carreira, num filme onde ambos dão vozes aos protagonistas.

Na passada terça-feira, dia 4 de setembro, o Delas.pt marcou presença no Press Junket do novo filme de animação “Os sete anões e os sapatos mágicos”, com estreia marcada para o dia 12 de setembro, quinta-feira e, em conversa com o Delas.pt, o jovem de 23 anos admitiu que esta foi uma oportunidade que aceitou sem pensar duas vezes.

Contou as histórias mais engraçadas durante o processo de dobragens e ainda aproveitou para falar sobre o seu novo single, ‘A Melodia da Saudade’, e dar algumas novidades sobre os seus projetos futuros. “Passem a palavra. Esta música já começa a ser mais das pessoas do que minha, portanto consumam-na à vontade”, pediu o cantor.

Recorde abaixo a nova música de Fernando Daniel e leia a entrevista.

Esta é a sua estreia no mundo das dobragens. Conte-nos um bocadinho da história e do processo até chegar ao resultado final. Aceitou logo o convite, existiram receios?

Na verdade, eu fiquei empolgado porque já tinha recebido um convite para um outro filme, mas fui fazer os testes e não me identifiquei muito com o personagem. Entretanto, fiquei um bocadinho desiludido porque gostava mesmo muito de fazer uma dobragem, era uma experiência na qual eu tinha curiosidade, e de repente, passado mais ou menos uma semana, surgiu-me outra oportunidade para mais um teste, um convite também da NOS, para dar voz ao príncipe Merlim, do filme “Os Sete Anões e os Sapatos Mágicos”, e eu aceitei logo, não pensei duas vezes. Vim fazer o teste, senti-me muito bem com o personagem, o que também foi meio caminho andado para aceitar o projeto.

Quais foram as principais dificuldades durante o processo de dobragens?

Acho que é um bocadinho como ser ator, só que de uma maneira não visual, ou seja, ter que pôr na voz todo o sentimento. Temos que dar mais à voz, que é algo que eu acho que não nos sai tão naturalmente. Mas eu também levei para a parte da música, eu faço música, portanto é só levar o sentimento e entrar no personagem. E a partir do momento em que eu entrei no personagem e senti o personagem como meu, a partir do momento em que eu quase que achava que tinha sido eu a escrever o personagem, então aí sim foi tudo muito mais fácil.

Este é um filme para toda a família? Se sim, porquê?

Sim, sem dúvida. É um filme que tem muitos momentos de riso, e acho que é bom juntar a família toda para dar umas boas risadas, tem momentos de tensão, e quando digo tensão é aquela tensão boa, onde sabemos que é um filme de animação mas também acabamos por sofrer um bocadinho com ele, tem momentos que mexem connosco e que são um bocadinho de ‘abre olhos’ para a sociedade. A parte principal da história, ou a principal mensagem que queremos transmitir, é que a beleza é o que está dentro de nós e não o exterior. Isto porque o meu personagem precisa de beijar a mulher mais bela do Reino e ele está à espera de uma mulher bela por fora e o que lhe vai aparecer é uma mulher mais bela por dentro. Para mim, ela também é bela por fora [risos], mas para o Merlim [o personagem], ele esperava algo diferente e isso acabou por mexer com ele. E também comigo. E acho que também vai mexer com as pessoas lá em casa.

Existe algum momento ou história divertida durante todo este processo, para partilhar com as nossas leitoras?

Sim. Há um momento em que eu, Merlim, e a Rosa Vermelha, ou Branca de Neve, que é a mesma personagem mas usa nomes diferentes para se esconder, vão perceber isso mais tarde, estamos a fugir de um monstro gigante e eu não vejo que tenho uma pedra gigante à minha frente e tropeço nela e vou a rebolar e a fazer vários sons, até que bato numa outra pedra mais à frente, com as minhas partes genitais, e tenho de fazer alguns barulhos estranhos e falar muito, mesmo muito agudo, que foi um grande desafio para mim. Fartámos-mos de rir aqui na Regi e foi um dos momentos, para mim, de maior comédia.

Como é que se passa para a voz algo que, realmente, não nos está a acontecer?

Nestas cenas eles diziam-me sempre para eu me mexer à vontade. Diziam que ninguém me estava a ver e para me mexer como se não estivesse aqui ninguém. E então eu mexia-me, reagia, fazia como que quase eu mesmo estivesse nessa situação, e depois é lembrar-me de situações parecidas que possam já ter acontecido e tentar meter essas coisas reais na dobragem. E também aprendi a dar mais do que é preciso. É preferível dar mais e perceber que, ok, eu consigo vir até aqui e, se for o caso, descer um bocadinho, do que ao contrário. Com a ajuda da equipa foi tudo muito mais fácil.

Este é um filme que, à partida, é sobre a Branca de Neve e os Sete Anões, mas parece que também existem outras personagens à mistura. Como é que foi interpretar uma história diferente da original?

Quando me mostraram o filme e me disseram que era uma versão mais recente e diferente do habitual, eu vi logo que ia ser um desafio muito maior, ao pensar que esta não era uma história que já todos estamos habituados a ouvir e que conhecemos. E de repente vou começando a aperceber-me que existe um Merlim, que é do filme do Mago Merlim, há um Artur, que é do Arthur e da Excalibur, há também três irmãos que são o ‘Pino’ o ‘Nóqui’ e o ‘Quio’, que junto dá Pinóquio. E isso foi logo meio caminho andado para perceber que me ia dar ainda mais gosto. E eu acredito que possa fazer com que as pessoas pensem que esta não é a típica história da Branca de Neve que já todos ouviram, então tenham curiosidade em vir ver o que é. E espero que faça com que as pessoas vão ao cinema e passem um bom momento.

Qual é a mensagem que considera ser principal e que o filme passa, especialmente para os mais novos?

Eu acho que é muito o olhar par ao interior e mostrar que a nossa solução pode estar onde menos esperamos. E a mensagem vai também muito ao encontro do amor e mostra que nem tudo aquilo que é belo aos olhos é belo ao coração. Portanto, acho que o que está lá dentro é muito mais importante do que o que se vê por fora. Tanto que há uma parte na história onde que as minhas personagens falam um com o outro, porque eu sou tanto um ogre verde como um magno muito bonito e egocêntrico, que também é egocêntrico e narcisista em anão, mas estão a ter uma conversa onde o mago se apercebe de uma coisa que é: ela [A Branca de Neve] nunca o viu como príncipe, ela gosta dele como anão verde, não o conheceu na forma real. Ou seja, se ela gosta dele quando ele está feio, verde e baixinho, isso é como se fosse um choque de realidade para ele. Ele percebe que ela gosta dele assim, não pelo exterior. E ele depois acaba por mudar a sua forma de ser a meio do filme e isso ainda vai cativar mais as pessoas.

Saltando um bocadinho agora para a sua carreira musical, o Fernando Daniel lançou recentemente uma nova música, a ‘Melodia da Saudade’. Como é que tem sido o feedback das pessoas?

O feedback tem sido muito positivo e os resultados têm sido muito bons e até surpreendentes. A música está com quase 400 mil visualizações, em três dias [4 de setembro]. Esta é uma música muito pessoal, foi uma homenagem que eu quis fazer ao meu avô que já faleceu. E acho que, na minha opinião, para além de ser a música mais bonita que já escrevi, é a melodia mais bonita e é também onde eu consegui deixar todo o meu coração e toda a minha entrega. Acho que posso fazer mais mil canções e apesar de dar tudo de mim, como sempre dou, nenhuma vai ser tão especial como esta. E o que é realmente bom e giro no meio disto tudo é que isto não era para ser um single, nós lançámos isto como uma homenagem e está a acabar por ser tão forte ou mais do que a estratégia de single, que nós estudamos para lançar. As coisas estão a correr mesmo muito bem, está a ser muito positivo e no próprio Youtube as pessoas vão deixando os seus comentários, como se fosse um moral de despedida ou uma homenagem a outras pessoas, familiares, entes queridos. E eu de vez em quando vou vendo e estando atento.

Quem faz a gestão das suas redes sociais?

O Facebook é a par com a Universal, que é a minha agência, o Instagram sou totalmente eu. E o Twitter também sou sempre eu. E eu tento sempre ler e perceber como as coisas estão. Foi tudo incrível, não estava à espera, confesso. E deixa-me muito contente e orgulhoso de ter tomado esta decisão.

Que projetos futuros podemos esperar do Fernando Daniel? Há novidades a caminho?

Novo disco para o ano, em fevereiro, ainda sem data definida. Uma tour nova, de validade de dois anos. Novas músicas, novos singles ainda este ano. Um dueto internacional também para breve. Mais breve do que aquilo que as pessoas estão a pensar. Um álbum com algumas participações especiais. Este ano também sai uma música, onde eu estou no meu registo mas com um cantor nacional totalmente diferente, que pode ser bom e uma boa surpresa. Muitos concertos, já temos várias datas fechadas para o ano. Está tudo a fluir muito bem, e há também outras coisas que estou a planear e espero ter em breve novidades para vocês.

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