Festivais portugueses precisam de quotas?

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Os cartazes dos festivais de música portugueses de 2018 não passam no cumprimento das regras da paridade. Segundo um estudo da APORFEST – Associação Portuguesa de Festivais de Música, a igualdade do género não se reflete no alinhamento dos maiores eventos musicais deste ano.

A investigação tentou perceber, na programação com artistas internacionais, quantos cabeças-de-cartaz são femininos ou compostos por artistas do sexo feminino, até ao momento. Para isso foram tomados em consideração os horários de atuação ou a promoção dada pelo promotor para ser encontrado o principal artista do festival em cada dia, diz o estudo.

“Uma análise prévia, que queremos que passe a um estudo mais complexo, com análise de várias variáveis verificamos que existem apenas 7 casos: Rita Ora (Meo Marés Vivas); Katy Perry (Rock in Rio), Yasmine Hamdam (FMM Sines); Jessie Ware e Norah Jones (Edp Cooljazz) e Lorde (Nos Primavera Sound).

Apesar de uma maior incidência de artistas femininos, em nome próprio, face a anos anteriores, nos cartazes internacionais, a análise conclui que será difícil atingir-se um equilíbrio sobretudo no formato banda e na área eletrónica

Perante esta primeira análise, a APORFEST questiona: “Se o problema inerente aos promotores será atribuir quotas mínimas ou se será uma eterna lei de mercado onde a qualidade, quantidade e exigência do público comandará grande parte das decisões?”

Uns pontos acima na escala da igualdade de género ficam os cartazes só com artistas nacionais ou lusófonos.

“Se esta análise considerasse festivais que recebem exclusivamente música portuguesa ou lusófona esta incidência seria superior, devido, em grande parte, aos festivais que recebem artistas de fado, onde a predominância do género feminino é na atualidade claramente superior”, conclui a associação.

 

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