Já vimos ‘A Agente Vermelha’ e contamos-lhe porque é que Jennifer Lawrence tinha de aparecer nua

A atriz Jennifer Lawrence anunciou, este mês, que vai fazer uma pausa de um ano na carreira em Hollywood para se dedicar ao ativismo político. Em jeito de despedida, esta quinta-feira, dia 1 de março, chega aos cinemas portugueses o filme A Agente Vermelha, em que a atriz norte-americana é protagonista.

Links_FatimaO filme baseia-se no livro de Jason Matthews com o mesmo nome – em Portugal, ao contrário do filme, o livro chama-se Traição – e conta a história de Dominika Egorova, uma ex-bailarina do Teatro Bolshoi que é obrigada, pelo próprio tio, a tornar-se espiã do governo russo para conseguir ter dinheiro para pagar o apartamento onde vive com a mãe, que tem vários problemas de saúde. Extremamente atraente, a russa é enviada para uma escola onde é treinada para seduzir os rivais e tornar-se calculista. Correspondendo às expectativas do tio, Dominika torna-se uma espiã brilhante que deixa vários homens aos seus pés.

Seja nas cenas de sexo ou tortura, Jennifer Lawrence surge irrepreensível num papel bem diferente de todos aqueles que desempenhou nos blockbusters que tem no currículo.

Algumas cenas de tortura foram as mais divertidas de fazer. Sei que seria melhor se eu estivesse mais séria, mas tudo o que faço, no fim, é trabalho. E, se não estou feliz, não vou querer fazer”, explicou Jennifer Lawrence numa videoconferência com jornalistas brasileiros, em São Paulo.

O realizador Francis Lawrence – não tem qualquer parentesco com a jovem de 27 anos, apesar de terem o mesmo apelido – foi o mesmo que trabalhou com a atriz em Os Jogos da Fome e, segundo Jennifer, neste novo filme o realizador teve um papel fundamental no seu desempenho, principalmente na gravação das cenas mais físicas e íntimas.

A insegurança e o medo de ser julgada por estar nua devem ditar as decisões que vou tomar para o resto da minha vida? Este filme mudou isso e eu não tinha percebido a importância de mudar a mentalidade até fazê-lo. O [realizador] Francis Lawrence falou nisso muitas vezes e foi importante para que quando eu aparecesse lá não fosse uma surpresa. Estava rodeada de profissionais”, sublinhou a atriz.

Uma personagem sexualizada

Dominika Egorova, a protagonista a que Jennifer Lawrence dá vida, é usada para seduzir homens e ajudar o governo russo a atingir os seus objetivos. Uma personagem que vem expor alguns dos problemas contra os quais a atriz tem lutado desde que se juntou ao movimento #MeToo e se tornou uma das vozes mais ativas no combate aos crimes sexuais na indústria do cinema.

“A trama é fictícia, as personagens também, mas acho que o filme nos fortalece [às mulheres]. Foi o que senti, ao fazê-lo”, afirmou a norte-americana.

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O próprio realizador de A Agente Vermelha identifica-se com os princípios e valores feministas defendidos pela atriz que dá vida a Dominika Egorova.

“Começámos a filmar há três anos e é coincidência que a estreia seja perto desta explosão de pessoas a contar as suas histórias. Mas o filme mostra que tudo o que se comenta agora acontece há muito tempo“, acrescentou Francis Lawrence.


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