Filme de Leonor Teles nomeado para os prémios da Academia Europeia de Cinema

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O filme da realizadora portuguesa Leonor Teles Cães que ladram aos pássaros foi, esta sexta-feira, nomeado pelo Festival de Veneza para o prémio de curta-metragem da Academia Europeia de Cinema. O filme português concorria à 76.ª edição do Festival de Cinema de Veneza na secção Horizontes, que acabou por distinguir Darling, de Saim Sadiq (Paquistão, Estado Unidos) com o prémio de melhor curta-metragem.

No entanto, a realizadora portuguesa conquistou esta nomeação do júri – presidido por Susanna Nicchiarelli – para ser candidata ao prémio de curta-metragem da Academia Europeia de Cinema. O júri era ainda composto por Eva Sangiorgi, Álvaro Brechner, Mark Adams, Rachid Bouchareb, que avaliaram 19 filmes e 13 longas-metragens em competição.

O filme Cães que ladram aos pássaros, acompanha os dias de verão de Vicente e da sua família, obrigados a sair da sua casa no centro do Porto, por força da especulação imobiliária, segundo a produtora. Os prémios da Academia Europeia de Cinema serão entregues numa cerimónia marcada para 7 de dezembro em Berlim, na Alemanha, cerca de um mês depois de conhecidas todas as nomeações, cujo anúncio está marcado para 09 de novembro.

O filme Joker, do realizador norte-americano Todd Phillips, foi o vencedor do Leão de Ouro da 76.ª edição do festival de cinema de Veneza, enquanto o Grande Prémio do Júri foi atribuído ao filme J´Accuse, de Roman Polansky, e o Leão de Prata de Melhor Realizador foi para o sueco Roy Anderson, por About Endlessness. Yonfan, cineasta de Hong Kong, recebeu o prémio de Melhor Argumento por No.7 Cherry Lane, um filme de animação de Zhang Gang.

Roman Polansky não esteve presente na cerimónia, em Veneza, pelo que o Grande Prémio do Júri, atribuído ao filme J’Accuse, foi recebido pela atriz francesa Emmanuelle Seigner, casada com o realizador.

O Prémio de Melhor Interpretação Masculina (Taça Volpi) foi para Luca Marinelli, pelo desempenho em Martin Eden, de Pietro Marcello, e o Prémio de Melhor Interpretação Feminina (Taça Volpi) foi para Ariane Ascaride, em Gloria Mundi, de Robert Guédiguian.

Foi ainda atribuído o Prémio Especial do Júri ao filme Mafian non e piú quella de una volta, de Franco Maresco, e o Prémio Marcello Mastroianni para Melhor Ator Emergente foi para Toby Wallace, pelo desempenho em “Babyteeth”, de Shannon Murphy. Tanto o ator italiano Luca Marinelli como a atriz francesa Ariane Ascaride, filha de emigrantes italianos, dedicaram, no seu discurso de agradecimento, os seus prémios aos refugiados e aos imigrantes “que morrem no mar Mediterrâneo“.

Babenco, o documentário da realizadora brasileira Bárbara Paz, sobre os últimos dias do realizador Hector Babenco, que dirigiu Pixote, A Lei do Mais Fraco e O Beijo da Mulher Aranha, conquistou o Prémio para Melhor Documentário Sobre Cinema. Iniciado a 28 de agosto, com a estreia de La vérité, do realizador japonês Hirokazu Kore-eda, o festival de cinema de Veneza termina hoje com a exibição The Burnt Orange Heresy, do realizador italiano Giuseppe Capotondi, no qual entra o músico Mick Jagger.

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