Capicua: “Os pais são as principais ‘vítimas’ da música para crianças”

Capicua e Pedro Geraldes
Lisboa, 28/9/2016 - Pedro Geraldes e Ana Matos Fernandes ( que usa o nome artístico de Capicua) posam na Calçada Nova de São Francisco. Os dois lançaram recentemente o projecto Mão Verde, um livro-disco para crianças onde o afrobeat, o hip hop, o rock e a música havaiana se misturam com rimas sobre a agricultura, o aquecimento global e os hábitos saudáveis. (Reinaldo Rodrigues/Global Imagens)

Uma encomenda do Teatro São Luiz, de Lisboa, lançou a semente para o projeto que agora se apresenta em disco e livro. ‘Mão Verde’, título deste projeto de Capicua e Pedro Geraldes (dos Linda Martini) é dedicado ao público infantil e nasceu de concertos realizados, naquele teatro, em 2015, mas não só. Era antigo o desejo da rapper portuense fazer um livro de lengalengas. O convite do São Luiz deu pretexto e prazo ao anseio, que se materializou com a entrada de Pedro Geraldes em cena para fazer a música.

Ecologia, natureza e sustentabilidade são os temas centrais deste trabalho e outro desejo antigo de Capicua, que já tinha vontade de os abordar mas ainda não tinha encontrado o público certo para fazer passar essa mensagem mais ‘verde’. Em entrevista ao Delas, os dois músicos explicam os desafios desta aventura em território desconhecido, o impacto que esperam que tenha e o esforço que eles próprios fazem para seguir alguns dos pressupostos defendidos num projeto que pretendem levar aos palcos outra vez.

Mão Verde’ surge de um espetáculo no São Luiz, em dezembro do ano passado. Foi também sugestão do teatro passarem-no para livro ou a ideia foi vossa?Capicua – O Teatro São Luiz convidou-me para fazer uma temporada de concertos no Jardim de Inverno, em 2015, que incluía alguns concertos para crianças. Eu não tinha nenhum repertório e decidi fazer um concerto de raiz, até porque já há muito tempo que tinha vontade de fazer um livro de lengalengas. Achei que sendo um concerto era uma boa oportunidade de as escrever e assim tinha a pressão do prazo, porque era um projeto que vinha adiando. Convidei o Pedro para fazer a parte da música e fazer comigo o concerto. Trabalhámos nisso, apresentámos o concerto e gostámos tanto do resultado que começámos a achar que estava coeso e bom o suficiente para resultar em disco. Nos concertos, os pais e as crianças também perguntavam se ia sair em disco e ainda ficámos mais motivados. Então decidimos gravar. Houve um hiato de dois meses entre o palco e estúdio, acrescentámos mais duas músicas e gravámos o disco. Como a ideia original era um livro de lengalengas, achámos que o objeto ficaria mais interessante se as letras das músicas estivessem escritas no papel, com ilustrações e com notas informativas que trouxessem uma dimensão didática ao trabalho artístico.

E foram buscar uma pessoa da área da agricultura para esse efeito.
Capicua – Sim. O disco é um trabalho a meias. O Pedro fez a música e eu, as letras e dou a voz, mas o livro é um trabalho coletivo. Tem as ilustrações da Maria Herreros – uma ilustradora de quem gostamos muito e decidimos convidar –, tem design e paginação do Dário Cannatà, com quem trabalho há vários anos, nos meus discos, e tem essas tais notas informativas que vão explicando e aprofundando os temas tratados nas músicas, feitas com a ajuda do Luís Alves, que é engenheiro agrónomo e agricultor.

Porque é que quiseram trazer para este projeto ideias como a ecologia, a natureza, a sustentabilidade e a alimentação saudável?
Capicua – Por uma razão essencial: normalmente no meu trabalho tenho sempre uma agenda de preocupações sociais e políticas que vai alimentando os temas das canções, porque para mim a música também serve de veículo para a mensagem e ferramenta para a mudança das mentalidades. E apesar de a ecologia, a agricultura, a alimentação serem temas e práticas que têm muita importância no meu quotidiano e me interessam há bastantes anos, sentia que ainda não tinham tido o protagonismo correspondente na minha música. E como este trabalho era feito para crianças, que se interessam pelas plantas e pelos animais achei que seria fácil aliar a esse imaginário infantil, em torno desses temas, mensagens ecologistas de e de boas práticas alimentares, de consumo e gestão dos recursos naturais. Era fácil ir por esse caminho sem cair numa coisa séria e chata e, pelo contrário, fazer a festa de uma forma divertida.

Apesar dessa facilidade, o público infantil costuma ser bastante exigente. Qual foi o maior desafio?
Pedro Geraldes – Para mim, acabou por ser um desafio grande, porque era a ideia de fazer um conjunto de músicas, para um público-alvo muito específico, e isso obrigou-nos a pensar que tipo de música poderia cumprir esse propósito. Ou seja, tentar fazer músicas bem-dispostas, mas sérias no sentido de não tentar simplificar muito a coisa ou de não a tornar muito apalhaçada. E ao mesmo tempo tentámos, também nós, ter uma abordagem ecológica a fazer a música. Tentámos utilizar apenas o essencial, ter uma abordagem bastante intuitiva…

Essencial a nível do número de instrumentos utilizados, da produção?
PG – Ao nível dos instrumentos, da quantidade de informação que a música tem. Fiz a música toda sozinho, com o auxílio do computador, e é um desafio também interessante com pouco conseguir ter o impacto que se pretende. Houve essa intenção. E como era para crianças, houve a preocupação de que, no âmbito dos géneros musicais, a paleta fosse diversa para mostrar o que existe na música. Com a preocupação de manter uma coesão no disco. As músicas acabam todas por se interligar. Tudo isso foi um desafio, até porque a música que estou habituado a fazer é diferente. Aqui procurou-se mais uma leveza. Tive como que me meter numa bolha e ouvir alguma música que me pudesse ajudar a encontrar o caminho. E depois todo o processo foi um diálogo entre nós os dois. As letras acabaram por determinar o trilho.
Capicua – Na escrita também quis tratar as coisas de igual para igual, sem infantilizar e tornar a coisa simplista ou pateta. Sendo um território musical novo, acho que este projeto acaba por nos representar da mesma forma, precisamente porque encaramos isto com muita seriedade e muito respeito pela exigência de qualidade. Nós levamos isto a sério. É para crianças, mas não é uma brincadeira.

Foram ouvir as vossas músicas de infância para fazer este disco?
Capicua Sim, algumas. Eu fiz uma lista de músicas que nos podiam inspirar e servir de referência e que mandei ao Pedro. A lista tem músicas como ‘Os Amigos de Gaspar’, do Sérgio Godinho…
Pedro Geraldes – É uma referência de música infantil que temos muito em comum.
Capicua – Coisas também do Chico [Buarque] e Vinicius [de Moraes], que têm um disco para crianças, mas também do João Gilberto, alguma bossanova. Portanto, há músicas para crianças e outras que não são, mas que também nos inspiraram. Mais recentes, o ‘B Fachada é para Meninos’ ou o disco dos Clã, também fomos ouvir para perceber o que se faz no nosso tempo e por serem músicos cujo trabalho habitual não é para crianças, mas que se aventuraram nesse território. Há todo um universo de música para crianças que nos é alheio, porque não é a nossa praia e como não temos filhos não somos o público-alvo. Também foi com a ingenuidade de quem vai procurar referências à sua memória afetiva, de quem resgata o seu Peter Pan interior que fizemos o ‘Mão Verde.

Sentiram-se crianças novamente ao fazerem este disco?Capicua – Não me senti propriamente criança, mas tive de canalizar um pouco a imaginação. Dentro da escrita que me é habitual, brincando com as palavras e exacerbando esses jogos, as lengalengas, tive, em termos temáticos, de evocar esse imaginário mais infantil que toda a gente tem, mas a que não é habitual recorrer no meu trabalho normal.
PG – Eu senti que houve o puxar características mais inerentes a uma criança, como essa ingenuidade, o acreditar mais na intuição sem qualquer tipo de análise, experimentar. Nesse sentido, senti-me bastante criança e isso tinha de fazer parte do processo. Se queríamos fazer alguma coisa divertida tinha que haver essa diversão no processo.
Capicua – Sim, tínhamos de ter essa liberdade, não racionalizar permanentemente, não tornar a música cerebral, e deixá-la ser livre, intuitiva, engraçada. E acabamos por nos surpreender com o processo, porque mesmo que conheçamos bem o trabalho um do outro acaba por ser uma novidade vermo-nos assim. E depois surpreendemo-nos os dois com o resultado final e foi por isso que achamos que devíamos gravar isto em disco.

Além dos temas mais ligados ao ambiente, “Mão Verde” também aborda questões sociais como o racismo, a homofobia. Por ser um disco para crianças não quiseram deixar passar isso em branco?
Capicua – Claro, a música para mim sempre esteve associada à palavra como veículo de discurso, não só enquanto objeto estético. No conteúdo, não me faz sentido comunicar se não for para transmitir ideias, se não for para acrescentar opinião e posicionamento. Acho que qualquer artista se posiciona, nem que seja pela omissão, e eu gosto de me posicionar abertamente e claramente. Por outro lado, há uma grande tradição nas fábulas de ter sempre uma moral. É habitual, na literatura para crianças transmitir-se ideias, valores. Isso é a educação e para educar é óbvio que nos vamos ter de posicionar de alguma forma e transmitir ideias sobre aquilo que nos rodeia, a sociedade, o amor, a família. E este livro não foge a essa regra e estranharia se fugisse, tendo em conta a forma como gosto de escrever e fazer música.

No tema ‘Confio(des)confio’ que segue também essa linha trazem para a música nomes como o Chico Buarque e o Tom Jobim. São influências comuns?
PG – Sim, Chico Buarque é um dos compositores brasileiros de que mais gosto, e Tom Jobim também. São referências que as crianças não vão imediatamente associar, apesar das notas explicativas no livro, mas achámos interessante fazê-las para quem está a acompanhar as crianças. É interessante saber que também os adultos vão ter ali algumas mensagens que são específicas para eles.
Capicua – Há umas private jokes que os pais vão entender e se vão rir e que as crianças se calhar vão perceber mais tarde. Os pais são as principais ‘vítimas’ da música para crianças, que têm a mania de repetir vezes sem conta aquilo de que gostam, estão no carro sempre a ouvir o mesmo CD. Por isso, também quisemos comunicar para os pais, que são o outro público da música para crianças.

A Capicua diz que nunca foi muito roqueira ou de pop. O Pedro é dos Linda Martini, uma banda de rock. Como é que isso funcionou neste disco?
Capicua – Este disco nem é muito rock, nem é muito hip-hop, apesar de ter rap transversalmente. Nós gostamos de música, em geral, e acho que nos encontramos por aí, pelas misturas. E acho que é óbvio até pela forma como, no disco, decidimos brincar aos estilos de música. Somos pessoas que gostam de música e gostam de músicas.
PG – Acho que é mais isso. Por muito que faça o meu trabalho reconhecido como Linda Martini, que é de uma área mais rock, e a Ana [Capicua] na área do hip-hop, não quer dizer que os nossos gostos se limitem a esses trabalhos.
Capicua – Acho que o Pedro gosta mais de rap, do que eu gosto de rock. Mas ambos gostamos muito de música negra no geral. Por acaso faltou-nos um reggae…
PG- Sim…

 

São namorados. Não é uma coisa de que falem muito publicamente, mas neste disco há uma música que é uma declaração de amor.
Capicua – Sim. É música romântica [risos].

Porque é que quiseram fazer essa canção de amor logo num disco para crianças?
Capicua – Porque é a primeira vez que fazemos um disco juntos e quando o Pedro mandou aquela música, eu resolvi fazer aquela letra. Nem sequer pensámos muito nisso. Mas acho que a música é suficientemente universal para ser para toda a gente e é esse o objetivo. Claro que há uma linha ou outra que é mais diretamente ligada a mim ou ao Pedro, mas isso também não exclui que ela possa suscitar identificação por quem quer que seja e acho que isso é que é fixe.

O disco-livro vai fazendo, de resto, menção aos nomes das pessoas que estão envolvidas nele.
Capicua – Sim, algumas, como o dromedário Dário, a iguana Ana, apesar de eu não ser vegetariana, como diz a letra, mas sou quase. Tem a oliveira Olívia, porque tenho uma afilhada que se chama Olívia e então pu-la numa música. Algumas referências são diretas, outras não. A lagartixa Tixa é só porque ficava bem [risos]. O Zé Nando, que é a pessoa que gravou o disco, podia ser o chimpanzé, mas ele não tem cara de quem como fruta [risos].

A vida de músico, de estrada, pode ser cruel se se quiser ter uma vida mais saudável e sustentável. Conseguem aplicar os pressupostos deste livro?
Capicua – Nunca ninguém me tinha feito essa pergunta, mas é com o que eu mais sofro na estrada. Estou sempre a rabujar, porque das coisas que mais me custa é estar sempre a comer em restaurantes. Obviamente, não temos o mesmo controlo do que em casa e eu gosto de cozinhar e gosto de comer comida vegetariana, de preferência vegan, comer bio, sempre, e sem saltar refeições. Gosto muito de comer e quando como mal, fico de mau humor. E na estrada não dá para controlar isso. Desde os caterings dos camarins ao restaurante, normalmente é aquela comida menos saudável e não vegetariana.
PG – A estrada não favorece esse tipo de condições, mas depois no dia-a-dia procura-se ter essa preocupação.

O Pedro também gosta de cozinhar?
PG – Sim, sim. Gosto muito de cozinhar.
Capicua – E o Pedro é daquelas pessoas que, naturalmente, gosta de comida saudável.
PG – Porque acho que me habituei desde novo. Mesmo com os meus pais, não havia o hábito, por exemplo, de fazer batatas fritas. Era uma comida simples e acho que foi daí que veio o hábito e depois quando comecei a comer mais em restaurantes tive as minhas fases do bitoque e dessas comida mais gulosa, mas cedo passei para uma alimentação mais saudável e sinto-me melhor a ter uma alimentação assim.

Se fossem pais – como são o outro público a quem são dirigidos livros como o vosso – acham que conseguiriam incutir-lhes esses hábitos alimentares, mesmo com um suporte educativo como este ‘Mão Verde’?
Capicua – Não é fácil, porque nunca é fácil educar uma criança, mas não há outra hipótese a não ser ir por um caminho mais verde, porque é uma questão de sobrevivência coletiva. A maior parte das pessoas não tem noção de que a indústria agroalimentar é a que tem a maior pegada ecológica na produção de gases com efeito de estufa, ainda mais que a indústria automóvel. E muito se deve à produção de cereais para alimentar gado, que depois vamos comer em carne, ovos ou em leite. Fala-se pouco do impacto ecológico. Não é só uma questão de gosto pessoal, é de consciência. Portanto, acho que isso vai estar cada vez mais presente na educação das próximas gerações.
PG- Passar essas ideias e conceitos, dar consciência das consequências de determinadas atitudes e escolhas é fundamental. Depois há uma autonomia que a própria criança tem para fazer as suas escolhas. E acho que este livro-disco também acaba por ser uma sementinha para que algumas ideias possam florescer nesse sentido. Em relação à educação de um filho também passará, provavelmente, muito por aí. Não dá para restringir e limitar, mas a partir do momento em que a criança tem informação ela decide tal como um adulto.
Capicua – Se espalharmos a informação e ela for cada vez mais transversal, tenho a certeza que muito mais gente vai fazer a escolha certa, sem entrar em fundamentalismos nem em posições rígidas.

Este disco-livro, sendo para crianças, levou-os a pensar na maternidade e na paternidade?
Capicua – Penso nisso há muitos anos, e vou adiando isso. Aliás, acho que é uma das grandes questões da nossa geração, sobretudo entre as mulheres da nossa geração. Muitas de nós não querem ter filhos, mas a maior parte quer, só que vamos adiando porque temos os nossos projetos individuais, as nossas carreiras, também queremos fazer coisas, viajar, poupar dinheiro para fazer seja lá o que for e vamos adiando. E uma das coisas que falo muito com as minhas amigas é que não é agora, mas já está a chegar aquele momento em que nos começa a preocupar, estamos a deixar para demasiado tarde… Invariavelmente, essa conversa acaba por ser muito recorrente e eu penso muito nisso. Sempre quis ser mãe, desde miúda. Não sabia muito bem o que é que queria ser, mas sabia que queria ter filhos. Mas por outro lado, também gosto muito de fazer o que faço e acho que não ia poder ter esta dedicação ao meu trabalho se tivesse filhos, ia ter de abrandar de alguma forma. A vontade existe, mas ainda não surgiu a urgência.

‘Mão Verde’ foi feito à distância, Lisboa e Porto?
PG – Metade, metade. Houve alturas em que eu estava em Lisboa e a Ana no Porto e recorremos à internet e depois houve outras em que nos encontrámos, acho que em Lisboa.
Capicua – E no Porto também. Tivemos ensaios no Porto. O Pedro começou por fazer as base musicais sozinho, em Lisboa, enviou para mim e eu escrevi as letras sozinha também. Estive umas semanas fechada em casa, eremita.
PG – E enviou-me depois as gravações que fez com o iPhone.
Capicua – Gravei umas demos muito rascas, e depois foi o trabalho de adaptação da música às palavras, criar a estrutura da canção, aperfeiçoando-a e refinando-a já foi feito em conjunto.
PG – E depois as duas últimas músicas que fizemos depois do concerto, só para o disco, também fizemos em conjunto. Porque me custou um bocadinho, após ter feito as músicas para o concerto, voltar a esse registo. Então a presença da Ana foi fundamental para me ajudar nessa fase do processo.

O disco-livro começou com concertos. Também pode vir a dar origem a novos concertos?
PG – Sim, a ideia é essa.
Capicua – A ideia é começarmos em janeiro do próximo ano com concertos de apresentação e depois no resto do ano tocarmos, onde nos quiserem, pelo país fora. Tanto neste formato a dois, que temos feito em pequenos auditórios, como com uma banda, ao ar livre, para mais gente.
PG – Gostávamos de experimentar as músicas com banda, porque achamos que também vai ganhar uma dinâmica e um interesse extra ao vivo.

Estão preparados para fazerem concertos às 10h da manhã?

Capicua – Já fizemos alguns e eu detesto isso, por acaso. Porque sou noctívaga e de manhã não gosto de falar, muito menos de cantar. Mas já tem acontecido e vai continuar a acontecer.
PG – Acho que nos adaptamos. É muito diferente, claro, daquilo que estamos habituados. Normalmente, tocamos à noite e a horas tardias e com outro tipo de público, mais adulto. E isto de ter concertos às 10h, com crianças super-enérgicas é um outro mundo (risos).

O vosso público adulto, de Capicua e dos Linda Martini, também aparece nesses concertos com os filhos?

Capicua – Já aconteceu, sim. E já aconteceu também as crianças pedirem músicas como o ‘Medo do Medo’, o ‘Vayorken’, claro. E já aconteceu haver gente na plateia, com t-shirt dos Linda Martini. Acho que isso vai continuar a acontecer e é bom. E depois roubarem este CD, ‘Mão Verde’, aos filhos e ouvirem sozinhos, acho que também vai acontecer.

Imagens: Reinaldo Rodrigues/Global Imagem