Fotógrafo revela os efeitos que as redes sociais estão a exercer sobre raparigas

Os alertas sobre a autoimagem distorcida que as aplicações de fotografia podem estar a gerar em adolescentes e adultos há muito que são preocupações de especialistas. Agora, o fotógrafo britânico Rankin conseguiu provar graficamente os impactos e efeitos que tal está a ter na vida e na mente das adolescentes.

No projeto fotográfico intitulado Selfie Harm, Rankin fotografou 14 raparigas, de idades que vão até aos 19 anos, e pediu-lhes depois que as editassem a seu bel-prazer até ao ponto em que estariam completas e prontas para serem publicadas nas suas redes sociais. As transformações que elas fizeram às suas próprias imagens – segundo noticia a imprensa britânica – são bastante profundas, como pode ver alguns exemplos apresentados na galeria acima.

Com esta experiência, Rankin percebeu, num primeiro nível, que ninguém publica imagens sem serem editadas. Este primeiro passo é ponto assente e indiscutível. O fotógrafo – que trabalhou em publicações como a Dazzer e Hunger – verificou ainda que as edições que mais frequentemente as adolescentes fazem ao seu próprio rosto, e antes de o publicarem na internet, passam pela diminuição do nariz, estreitamento do rosto, mais maquilhagem e mais brilho na pele. Mas há muitas mais…

Para Rankin, entre a imitação dos ídolos e o receio de ficar de fora pode estar a empurrar os adolescentes para esta alteração de imagem de si próprios. E é isso que o especialista quer, a par de outros profissionais, demonstrar no projeto Visual Diet.

“É apenas mais uma razão que vem provar que estamos a viver num mundo de FOMO (acrónimo em inglês que refere Fear of Missin Out – medo de ficar de fora), tristeza, aumento da ansiedade e dismorfia”, refere o fotógrafo à imprensa britânica, pedindo urgência no reconhecimento dos “efeitos prejudiciais que as redes sociais estão a exercer sobre a autoimagem das pessoas”, refere Rankin.

CB

Imagem de destaque: DR

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