Cremes de leite de vaca chegam da Galiza

Já imaginou usar cremes hidratantes feitos com lei de vaca? Falamos de uma solução criada por cinco mulheres da Galiza, que viram na criação de vacas e na ordenha um mundo de novas possibilidades.

Marta Álvarez Quintero tem hoje 47 anos, mas decidiu saltar da cadeira de escritório há quase duas décadas e trocar uma vida citadina por outro quotidiano que passava por ordenhar vacas. Após as várias fases que atravessou, decidiu, em conjunto com a irmã Maria e três amigas (Chusa Espósito, Carmela Valiño e Anxos Orgueira), criar a Muuhlloa, uma marca de cosméticos 100% ecológicos, que aposta no uso do leite de vaca com plantas medicinais.

As criadoras da marca de cosmética feita com leite 100% ecológico e ervas medicinais locais [Fotografia: Muuhlloa.com]

Em 2017, a empresa produziu quatro mil unidades de cremes corporais, recomendáveis para pele atópica, e duas mil unidades de champô, disponíveis em dezenas pontos de venda um pouco por toda a Espanha.

Com preços variáveis entre os 12 e os 22 euros, os produtos podem também ser adquiridos pela internet. Segundo o jornal espanhol El Mundo, a Muuhlloa comercializa produtos aprovados pelo Código Natural Farmacêutico.

Beleza surge depois de uma investida no setor das bolachas

“Montei a Muuhlloa com a minha irmã Maria e mais três raparigas que tinham uma cooperativa que se chama Milhulloa. Era uma antiga quinta de vacas que foi reconvertida num laboratório de ideias e onde cultivavam as plantas medicinais, as desidratavam e faziam óleos“, conta ao diário espanhol a galega que lidera o projeto.

Antes, Marta Alvarez Quintero tinha tentado a sorte com um negócio de bolachas, aproveitando, desta forma, “a produção de 500 litros de leite por dia” das mais de duas dezenas de vacas. Nasceram, assim, as Maruxas de Nata, que alcançam bastante prestígio em Espanha, tendo estado presentes “em 500 pontos de venda”, disse a empresária ao El Mundo.

[Fotografia: Facebook]

Uma mudança de vida radical que esta mulher decidiu empreender em 2000, quando agarrou com unhas e dentes a quinta do pai, conhecida como Granxa Maruxa, situada nos arredores de Lugo, Galiza. Lá, existiam 25 vacas galegas que viviam em condições de luxo, sob a paisagem verde.

Foi preciso que elas fugissem e que Marta as encontrasse e as levasse de volta ao estábulo para que a mudança se operasse. “Elas sabiam o caminho, mas eu senti que as tinha conseguido guiar”, recordou a agora “empresária do leite” ao diário espanhol.

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Produtos de beleza do tempo da avó que duram, duram e duram