Adultos não fumadores foram expostos a gases de escape para perceber eventuais alterações corporais mediante a exposição a este tipo de poluição. E se a primeira conclusão da investigação é que esta realidade provoca alterações no sangue, a segunda indica que as mulheres ficam mais vulneráveis que os homens.
Um estudo levado a cabo pela universidade canadiana de Manitoba e que chega em Dia Europeu e Mundial sem Carros, que se assinala esta quinta-feira, 22 de setembro, e traz nova luz sobre este tipo de exposição.
Ao detalhe, os investigadores referem que os níveis de 90 proteínas no corpo eram distintamente diferentes em homens e mulheres após a exposição aos gases de escape, e ainda mais evidentes quando se trataram de veículos a diesel. Algumas das componentes que evidenciaram mutações estão as que desempenham um papel na gestão da inflamação, reparação de danos, coagulação do sangue, doenças cardíacas e doo sistema imunológico.
O estudo contou com a monitorização de cinco homens e cinco mulheres saudáveis e não fumadores. Cada participante respirou, durante horas, ar filtrado e ar com gases de exaustão de diesel em três concentrações diferentes: 20, 50 e 150 microgramas de partículas finas por metro cúbico. Os participantes tiveram um intervalo de uma hora entre cada exposição.
A pesquisa, que foi recentemente apresentada no Congresso Internacional da Sociedade Respiratória Europeia (ERS) 2022, em Barcelona, Espanha, prosseguiu depois pela análise ao plasma sanguíneo de cada participante, recolhida 24 horas após o estudo, e detetou as alterações no sangue e de género.
“Falamos de descobertas preliminares, mas mostram que a exposição aos gases de escape de diesel tem efeitos diferentes nos corpos femininos em comparação com os masculinos, o que pode indicar que a poluição do ar é mais perigosa para as mulheres do que para os homens”, afirma o coautor do estudo Neeloffer Mookherjee, da Universidade de Manitoba, no Canadá.