Givenchy: das memórias de infância às luzes mágicas de Hollywood

Givenchy
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Hubert de Givenchy não é apenas um dos estilistas mais talentos do século XX. É também um dos mais discretos. O documentário que a RTP2 transmite na próxima segunda-feira, dia 4, às 23.20, é um retrato da sua vida, das memórias de infância às luzes mágicas de Hollywood, passando pelo entusiasmo do primeiro desfile de moda à posição internacional da marca que criou.

Em menos de uma hora – 52 minutos, para sermos mais precisos -, ‘Hubert Givenchy: A Vida na Alta Costura’ desenrola os momentos mais importantes dos seus 89 anos. “Sempre fui criativo, sempre tive necessidade de perfeição e sempre disse a mim mesmo: ‘este é o meu objetivo, o meu lema”, diz nas filmagens realizadas por Eric Pellerin.

Hubert de Givenchy com Audrey Hepburn
Hubert de Givenchy com Audrey Hepburn

Uma vida de coragem que colocou Givenchy à prova logo aos dois anos, quando perdeu o pai. Aos 10 visitou pela primeira vez uma exposição de figurinos e identificou-se imediatamente com o universo da alta-costura. Sete anos depois, com esboços debaixo do braço, apanhava um comboio para Paris. Acabou a trabalhar nas casas de Jacques Fath, Robert Piguet, Lucien Lelong e Elsa Schiaparelli. Aos 25 anos abriu a sua primeira maison. “Quando se é designer, o importante é estar ciente das coisas que nos rodeiam. Tudo o que fazemos deve seguir uma ideia, uma linha, um movimento”, explica o próprio.

Nascido a 21 de fevereiro de 1927 na cidade francesa de Beauvais, Hubert de Givenchy viveu nessa altura uma “paixão platónica” com Audrey Hepburn – ainda hoje um dos maiores ícones de estilo de sempre -, que se tornou na sua musa e quem vestiu em diversas ocasiões – a atriz usou modelos seus nos filmes ‘Breakfast at Tiffany’ (1961), ‘Funny Face’ (1957) e ‘Sabrina’ (1954). Além de Hepburn, também Jacqueline Kennedy, Grace Kelly e a duquesa de Windsor Bessie Wallis Warfield desfilaras as suas criações. “O que verdadeiramente me dá prazer é o fabrico, a criação. Eu desenho e desenho e nunca me parece suficiente”.

A atriz e o estilista francês
A atriz e o estilista francês

Riccardo Tisci é quem está atualmente à frente da casa que transporta o nome e o legado do estilista francês. Pellerin, o realizador do documentário, explicou que este permitirá aos espectadores perceber que Givenchy é “uma espécie de última testemunha da maravilhosa cidade de Paris da década de 1950”. “Provavelmente, hoje em dia só nos preocupamos com dinheiro e temos uma perspetiva reduzida da nossa vida. Givenchy seguiu o seu sonho de infância. E não tem qualquer frustração”.