Glossário das cuecas e mais umas quantas informações

Sabe qual o modelo de cuecas que está a usar neste momento? E sabe dizer de que material é feito e se compromete a sua saúde genital? A pensar nestas e noutras questões fomos investigar o mundo das cuecas e prometemos torná-la uma expert na matéria.

Mas, na verdade, nem sempre foi assim. No século XVIII, a roupa íntima era algo exclusivo do roupeiro masculino e ai da mulher que se atrevesse a vesti-la. Para ser séria e seguir os bons costumes, havia que deixar as partes baixas livres e soltas, resguardadas apenas pelos grandes e pesados vestidos da época, conta a historiadora de moda Rosemary Hawthorne, autora do livro, com edição no Brasil, “Por baixo do Pano: A história da Calcinha”, também conhecida por “Lady Knicker” (“Senhora Cueca”, em português).

Rosemary afirma que só em 1800, em França, é que surgiram os primeiros modelos de roupa íntima destinados às mulheres, “com um comprimento abaixo dos joelhos ou até aos tornozelos e, para piorar, feitos de um tecido ‘cor de carne’, estavam longe de qualquer ideal estético”, pode ler-se no artigo da revista brasileira Época, numa entrevista à escritora. A preocupação em ter uma roupa interior bonita não existia, até porque, nessa altura, as mulheres não mostravam o corpo aos maridos.

Mas embora as cuecas tenham conseguido conquistar um lugar nas nossas cómodas ou roupeiros, só nos anos 20 é que surge o modelo clássico de cueca. Aquele que ainda hoje existe. “As mudanças ocorridas nos quatro anos de conflito [Primeira Guerra Mundial, de 1914-1918], marcaram o nascimento da mulher moderna, que agora exibia mais o corpo”, pode ler-se no artigo da revista brasileira.

Ao longo dos tempos, também a evolução da moda obrigou a roupas mais curtas. As saias cada vez mais reduzidas, bem como o vestuário mais justo e o aparecimento das calças de cintura baixa, nos anos 70, conduziram a lingerie cada vez mais pequena.

Rapidamente este tornou-se um setor a explorar. De acordo com Rosemary Hawthorne, as últimas décadas do século XX foram revolucionárias. O movimento hippie fez surgir a tanga, e o fio dental, bastante associado a profissionais do striptease, passou a encontrar-se facilmente em lojas e catálogos de roupa, estando acessível a todas as donas de casa.

Hoje temos à nossa disposição vários modelos. E são tantos que se torna difícil distingui-los. Mas calma, pode aprender a fazê-lo na galeria de imagens acima. E como saber escolher? É que além da questão estética é importante ter em conta certas características.

A peça perfeita é aquela que nos deixa confortáveis, a nós e à nossa saúde. Devemos por isso ter atenção ao material de que a peça é feita. Atualmente, encontramos cuecas de seda, de microfibra, de algodão, de lycra e outros materiais. O ideal é optarmos por modelos de algodão, um têxtil feito a partir de fibras naturais que permite a circulação de ar, o que diminui o risco de possíveis infeções e de odores fortes.

Além disso, o algodão é um material confortável, só temos de procurar usar sempre o tamanho certo e ter atenção para os elásticos não nos apertarem demais. Caso contrário, podemos vir a sentir algum desconforto na zona das virilhas, o que pode causar até irritação devido a dificuldades na circulação sanguínea. A comichão que por vezes surge junto às virilhas é resultado disso.

Quanto às cores, hoje encontramos cuecas de todos os tons, padrões e até com pequenos detalhes ou apliques – laços, flores, fitas e até pérolas. Se não quiser que toda a gente fique a saber o que tem vestido por baixo da roupa, opte por cores escuras se vestir tons escuros e aposte em tons de pele se vestir cores claras – o branco vai-se notar na mesma.

Com roupas justas evite peças com pormenores salientes ou até rendas, pois vai notar-se o relevo. Atualmente o mercado apresenta-nos até cuecas sem costura, cortadas a laser. Normalmente são feitas de microfibra, o que leva a que não sejam as mais seguras para a nossa saúde íntima. Procure recorrer a elas em ocasiões especiais e faça o mesmo com modelos mais curtos, como a tanga ou o fio dental. Estes não protegem tão bem as nossas zonas íntimas e, quando utilizados regularmente, podem contribuir para o aparecimento de infeções urinárias. Cuecas de renda ameaçam, igualmente, a nossa saúde íntima, sobretudo se não tiverem tecido na zona púbica.

Agora, para ganhar o diploma de expert em matéria de cuecas só falta percorrer a galeria de imagens disponível acima, onde vai encontrar os vários modelos existentes e como os distinguir.


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