“Gorda”, lágrimas e terror psicológico. Da imagem inclusiva aos insultos da influenciadora Matilda Djerf

Matilda Djerf Instagram
[Fotografia: Matilda Djerf/Instagram Djerf Avenue]

Matilde Djerf era, até há seis dias, um ícone de sucesso, de empreendedorismo, de inclusão e até uma das empresárias mais jovens e bem sucedidas da Europa, por via dos números online e nos negócios e através da lista 30 under 30 (30 talentos antes dos 30 anos, em tradução livre), elabora pela revista Forbes.

Contudo, tudo mudou num dia e depois de uma investigação do jornal sueco AftonBladet que revelou denúncias de 11 trabalhadores da marca Djerf Avenue acusando a CEO e influenciadora de bullying e terrorismo psicológico.

Apesar da empresa sueca promover valores como a “inclusão” e o “respeito”, os funcionários descrevem o ambiente vivido nos escritórios como o “pior” em que já trabalharam, depois da fundadora, Matilda Djerf, ter adotado uma cultura de insulto, favoritismos e bullying.

As alegadas vítimas, que preferiram manter o anonimato por medo de sofrer represálias, reportaram ao jornal que veem colegas a serem “intimidados diariamente”, a chorarem, com crises de ansiedade, e que a política de inclusão “não é genuína”, tendo mesmo obrigado um elemento a refazer uma produção de moda porque a mesma “parecia gorda”.

Uma outra funcionária relatou ao diário sueco o episódio em que foi obrigada a esfregar uma sanita, após ter usado por engano a casa de banho privativa da CEO: “Ela nem sequer quer ir à mesma casa de banho que nós, funcionários. Para ela, não somos seres humanos nem colegas”, destacou.

Matilda Djerf afirmou inicialmente ao periódico sueco que, para superar estas acusações, iria trabalhar ativamente a sua liderança e continuar a receber apoio de um coach.

Dias depois, a fundadora da marca Djerf Avenue apresentava um pedido de desculpas e admitia falta de experiência em liderança. “Quando comecei a Djerf Avenue, nunca esperei que a empresa fosse o que é hoje, com tantos funcionários e tanta responsabilidade. Não estava preparada”, escreveu.

“Vou continuar a aprender e trabalhar para que a Djerf Avenue seja um espaço seguro e inclusivo para todos”, acrescentou.

As acusações surgem após a colaboração de Matilda Djerf com a marca de maquilhagem Rhode, da também influenciadora Hailey Bieber. Em dezembro do ano passado, a empresária sueca também trabalhou com a “it girl” do momento, Sofia Richie, numa coleção cápsula.

Matilda tinha apenas 24 anos quando criou a Djerf Avenue, em 2021, e levou o estilo escandinavo um pouco por todo o planeta. Três anos depois, a influenciadora sueca soma três milhões de seguidores no Instagram e acusações que se espalham a nível global e segundo as quais referem que o que ela promove diante das câmaras está longe de ser a realidade na sua marca de moda.

Margarida Cerqueira