A transmissão vai ser em direto, a partir das 15.30, no site do Jornal de Notícias, que pode aceder aqui.
A banda russa Pussy Riot, cujo percurso tem sido marcado pela oposição frontal ao presidente da federação russa Vladimir Putin e com sanções diretas sobre as artistas, está em Portugal para concertos na Casa da Música, no Porto, esta quarta-feira, 8 de junho, e no Capitólio, na quinta, 9, em Lisboa.
Um regresso que acontece quatro anos depois, quando o coletivo se apresentou em Paredes de Coura, e com o objetivo de angariar fundos para a Ucrânia, que está sob ataque russo desde 24 de fevereiro.
Fundada em 2011, a banda ganhou notoriedade um ano depois, quando cinco dos seus elementos foram detidos por terem cantado uma canção contra o então primeiro-ministro e atual presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, na catedral de Moscovo. O grupo pretendia denunciar a cumplicidade entre a Igreja Ortodoxa e o poder político.
Na sequência dessa detenção, dois dos elementos das Pussy Riot – Maria Alekhina (que conseguiu recentemente fugir do território) e Nadejda Tolokonnikova – foram condenados em agosto de 2012 a dois anos de trabalhos forçados.
As Pussy Riot tornaram-se desde então no símbolo da contestação ao regime de Putin.
Além da “oposição explícita e assumida ao presidente russo Vladimir Putin, que o grupo considera ser um ditador com ligações perigosas à igreja Ortodoxa Russa”, entre os temas mais abordados pela banda “ganham lugar de destaque o feminismo e os direitos LGBT”.
Entre 2014 e 2016, a banda, com formações diferentes, gravou e divulgou vídeos de temas como “Putin I will teach you to love the motherland”, “I can’t breathe”, “Chaika”, “Organs” e “Make America great again”.
Em 2018, aquando de uma atuação da banda no festival de Paredes de Coura, a música e ativista Nadya Tolokno (de nome completo Nadejda Tolokonnikova) acusou o governo russo de “legitimar” a violência doméstica, desde que, em 2017, aprovou “uma lei que despenaliza quem bate na mulher”.
As Pussy Riot, que têm regularmente incomodado o regime de Vladimir Putin — recorde-se que, na final do Mundial de Futebol na Rússia, em 2018, protagonizaram uma viral invasão de campo, envergando fardas policiais — criaram um meio de informação próprio, para serem “ouvidas”.