Grávidas e SNS. Uma comissão, reunião para rever valores pagos aos médicos e 50 vagas em obstetrícia

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[Fotografia: Daniel Reche/Pexels]

A governante está a apresentar medidas para fazer face aos constrangimentos no SNS e que tem levado ao encerramento parcial e temporário de serviços de ginecologia e obstetrícia um pouco por todo o país.

Recorde-se que a 8 de junho, foi reportada – e está a ser investigada – a morte de um bebé cuja cesariana acabou por não se realizar alegadamente por falta de médicos no serviço.

Marta Temido define, no curto prazo, ou seja, até setembro, a criação de um comissão – com cinco coordenadores regionais e um nacional – para “identificar recursos por hospital, criar um modelo integrado dos hospitais, centralizar e analisar a elaboração dos planos de contingência de cada hospital”, enumerou a ministra. Entidade que deve gerir nos meses do verão os recursos humanos, as urgências e as emergências no que diz respeito à obstetrícia, bloco de partos e ginecologia.

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A ministra da Saúde, Marta Temido [Fotografia: JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA]
Na quinta-feira à tarde, 16 de junho, estão marcados encontros do governo com os sindicatos que representam os médicos. Sem dar detalhes, Temido explica que a “proposta visa melhorar condições remuneratórias de quem integrar o SNS e faz urgência externa para lá do seu horário de trabalho”, afirmou a ministra no âmbito da apresentação do plano de contingência. E acrescenta a discussão de “melhoria das condições de trabalho e também aquilo que é a dedicação plena”.

Esta quarta-feira, 15 de junho, vão ser abertas 1600 vagas para médicos recém-especialistas no Serviço Nacional de Saúde. O despacho, garante a ministra da Saúde, Marta Temido, em conferência de imprensa, irá ser publicado ainda esta quarta-feira e prevê a alocação de “1182 vagas hospitalares, das quais 50 em Ginecologia e Obstetrícia, 430 em Medicina Geral e Familiar e 25 vagas em Saúde Pública. Marta Temido não descarta contratar especialistas no estrangeiro.

Ministra admite que tem “falhado a capacidade de articulação estável e integrada e que permita rede a funcionar como um todo, de forma conhecida e programada” e que “há fragilidade a nível de recursos humanos”.

Temido referiu que o SNS, na resposta à urgência obstétrica, ginecológica e bloco de partos, conta com 802 médicos e 38 hospitais”. “Quando consideramos as recomendações do colégio da Ordem dos Médicos, a composição das equipas de escala, há dificuldades em assegurar esta resposta. Dai a necessidade de uma maior articulação”, refere.