Greta Thunberg: “Os nossos pais discutem o final de ‘A Guerra dos Tronos’ enquanto o planeta arde”

Os estudantes em Portugal e no Mundo voltaram a sair à rua esta sexta-feira, 24 de maio, para lutar pela urgência da tomada de medida políticas pelo clima e Greta Thunberg, a ativista sueca que encetou o movimento juvenil global, voltou a falar o mundo sobre esta necessidade premente.

A jovem de 16 anos está a convocar todas as pessoas adultas em todo o mundo a juntarem-se ao protesto e a uma greve geral a ter lugar a 20 de setembro. Foi, pelo menos, este o pedido que fez numa carta aberta que foi publicada no jornal britânico The Guardian e que foi assinada por outros líderes deste movimento planetário.

“Hoje, as crianças e adolescentes estão a lutar por eles mesmos, mas tantos dos nossos pais estão ocupados a discutir se temos boas notas, uma nova dieta ou a final de A Guerra dos Tronos enquanto o planeta arde”, lê-se na missiva.

Protestos em tempo de eleições europeias

A iniciativa que voltou a levar estudantes em todo o mundo a fazer nova greve esta sexta-feira, 24 de maio (pode ver imagens dos protestos que tiveram lugar em Portugal na galeria acima), a carta encabeçada por Greta Thunberg conta que o último protesto teve lugar em mais de 100 países, em cerca de quatro mil eventos. Na missiva é reiterada a intenção de “exigir aos governos que estabeleçam um caminho que assegure que a temperatura do planeta não aumente mais de 1,5 graus centígrados”.

De Portugal à Finlândia, passando por Itália e Inglaterra, estudantes seguiram o apelo da adolescente sueca Greta Thunberg para faltar às aulas, numa greve contra as alterações climáticas. O tema saltou para a linha da frente das eleições europeias, que se iniciaram na quinta-feira e terminam domingo para eleger 751 deputados ao Parlamento Europeu.

Várias centenas de estudantes aderiram hoje em Madrid à segunda greve global para reivindicar a declaração de “emergência climática” por parte de governos de todo o mundo, numa iniciativa à qual, ao longo do dia, se prevê que se juntem jovens de 51 cidades espanholas. Nas ruas de Paris desfilaram, algumas centenas de pessoas, maioritariamente alunos dos ensinos secundário e superior.

Milhares de jovens alemães faltaram de novo à escola para se manifestarem em defesa do clima, durante uma grande jornada de mobilização mundial. Em Berlim, cerca de cinco mil estudantes reuniram-se ao meio-dia em frente das emblemáticas Portas de Brandeburgo. Protestos significativos decorreram também nas principais cidades alemãs, nomeadamente Hamburgo (17.500 manifestantes, segundo a polícia) e Francoforte (4.500 pessoas) para marchar rumo ao Banco Central Europeu.

Grevistas pedem adesão de sindicatos, estes recusam

Em Lisboa, a organização estimou a participação na manifestação entre 12 a 13 mil pessoas. Centenas de estudantes manifestaram-se também noutras zonas do país, num total de meia centenas de cidades.

Os organizadores da manifestação estudantil pelo clima esperam cativar sindicatos para fazer do próximo protesto, marcado para 27 de setembro, uma greve geral, disseram à Lusa no balanço da marcha que se realizou na capital portuguesa.

As centrais sindicais UGT e CGTP, também em declarações à agência noticiosa, dizem que estão solidárias com a luta dos jovens em defesa do planeta, mas recusam participar numa greve geral, tal como pretendido pelos organizadores da greve climática estudantil.

O convite ainda não foi formalmente feito à CGTP nem à UGT, mas as duas estruturas sindicais afastaram já a hipótese de uma greve geral de trabalhadores, lembrando que essa é “a última arma” de uma negociação.

CB com Lusa

Imagem de destaque: Reuters

Alunos fora da escola e em greve pelo clima. Mas pode haver faltas não justificadas