Os objetivos são claros: Guterres quer ter paridade nos quadros superiores das Nações Unidas até 2021 e na administração até 2028. Estas são as linhas gerais que o secretário-Geral das Nações Unidas quer ver cumpridas e já começou a pôr em marcha.
Ao fim da tarde de quarta-feira, 13 de setembro, António Guterres usou a sua conta oficial de Twitter para se mostrar “orgulhoso por anunciar a sua estratégia no âmbito da paridade de género (#genderparity)”.
Proud to announce my strategy on #genderparity. I have appointed 17 women, 15 men to senior management; we can & must reach #50/50. pic.twitter.com/5RvEjA47xa
— António Guterres (@antonioguterres) September 14, 2017
Nesse sentido, o português anunciou a nomeação de 17 mulheres e 15 homens para os níveis de gestão superiores: conseguimos e devemos atingir os #50/50.
“Este mapa vem cumprir uma necessidade urgente, uma obrigação moral, uma obrigatoriedade operacional – e uma prioridade pessoal”, afirmou, em comunicado, António Guterres.
Guterres sempre foi um defensor do equilíbrio entre géneros e recentemente, em março, voltou a falar sobre isso. Leia aqui.
Ao ter nomeado mais mulheres para o Grupo de Gestão Sénior (Senior Management Group), o secretário-Geral português considera que a mudança tem de ser feita através de atitudes, de sucessivas aproximações e, não menos importante, de exemplo: “Temos de ser nós a tomar a dianteira na igualdade de género e na capacitação das mulheres, o que é um dos maiores desafios de direitos humanos e oportunidades no nosso mundo”, declarou.
Algumas destas responsáveis já começaram a exercer funções em junho deste ano, mas agora – e por algum tempo – este vasto gabinete, que cobre uma área geográfica mundial bastante diversificada, fica em exercício de funções por alguns anos. Na galeria acima fique a conhecer as 17 mulheres que vão e já estão a trabalhar com Guterres
Entre elas está Phumzile Mlambo-Ngcuka, que assume a direção executiva das Nações Unidas para a Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres. Tem 62 anos, é casada, tem três filhos, é originária de África do Sul e sucedeu a Michelle Bachelet, atual presidente chilena, no cargo. Foi, também, a primeira mulher a tornar-se vice-presidente do seu país (2005-2008). Tem vasta experiência na questão dos direitos das mulheres.
As primeiras três mulheres escolhidas por António Guterres
Em dezembro de 2016, o português na mais alta função das Nações Unidas tinha escolhido três mulheres para integrarem a sua equipa. Assim sendo, a nigeriana Amina Mohammed assumiria a Secretaria-geral Adjunta. António Guterres nomeou também a brasileira Maria Luiza Ribeiro Viotti para chefe de gabinete e a sul-coreana Kyung-wha Kangé para o novo cargo de assessora especial para a área da política.
Conheça estas mulheres em detalhe aqui
Cargos que deverão permanecer nas mãos delas durante cinco anos e que foi, da parte do ex-secretário-geral socialista, um primeiro sinal do que queria ver mudado em matéria de paridade de género, nas Nações Unidas. Mas não só: Guterres queria também demonstrar a diversidade geográfica com estas escolhas.
Carla Bernardino
Imagem de destaque: Miguel Pereira