“Esta pandemia acentuou a desigualdade entre homens e mulheres pela economia, pelo desemprego, pela violência e a violência doméstica, que tem aumentado dramaticamente”. A frase é do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, em entrevista à RTP1 e RTP3, esta segunda-feira, 8 de junho.
Em entrevista, o responsável máximo da ONU abordou o novo Coronavírus, a vacina como “bem público mundial” – de acesso a todos -, a paridade de género nas Nações Unidas, a pobreza e a vulnerabilidade das mulheres, que sai ainda mais volátil com esta pandemia. ”Acentuou-se pelo facto de as mulheres terem assumido a maior parte da responsabilidade no tratamento da pandemia, os esforços de saúde contam com mais mulheres”, vinca Guterres.
Por isso, o secretário-geral das Nações Unidas considera que é tempo de dar “às mulheres uma maior influência quer nas decisões respeitantes à pandemia, quer na definição de estratégias de recuperação para um mundo diferente, melhor e mais sustentável”.
Para António Guterres, “é necessário reforçar, criar mecanismos de proteção social, combater a violência doméstica e outras formas de violência que se têm vindo a generalizar”, porque “sem igualdade de género, a fragilidade das nossas sociedade e das instituições é muito maior face às ameaças que enfrentamos”.
Olhando ao detalhe para a a agressão em contexto de intimidade, o responsável máximo da ONU defende que “o mais importante é atacar as causas profundas, que justificam e que explicam esta existência, tudo o que se puder fazer pela igualdade de género é fundamental, pela consciencialização das populações”. Guterres pede, por isso, campanhas profundas junto da opinião pública e ações governamentais pelo “empoderamento das mulheres na sociedade em todos os domínios e aspetos”.
Recomendações sobre a violência doméstica que o secretário-geral das Nações Unidas deixou na antena da estação pública de televisão, sem esquecer que, quando era governante, se debateu com “uma policia que não estava treinada para essas questões, com muitos dos juízes não tinham sensibilidade suficiente para ela”.
Guterres diz que “há uma questão fundamental de treino dos agentes de autoridade e judiciais no sentido de compreenderem plenamente a situação e poderem agir ativamente”.
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