Gwenda Bond sobre ‘Stranger Things’: “A Onze é provavelmente a melhor personagem de ficção científica em décadas”

Stranger Things
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A tão aguardada terceira temporada da série da Netflix Stranger Things estreia esta quinta-feira. Em maio chegou a Portugal o primeiro livro de ficção oficial da série: Stranger Things: Mentes Inquietas, assinado pela norte-americana Gwenda Bond. A prequela conta a história, até então desconhecida, de Terry, a mãe de Onze, protagonista da trama interpretada pela jovem atriz Millie Bobby Brown.

A história da obra desenrola-se em 1969 e permite aos fãs de Stranger Things ficar a conhecer a angustiante vida da mãe de Onze, que participou numa sinistra experiência do governo que dá origem aos acontecimentos da série televisiva.

Em conversa com o Delas.pt, a autora de de 42 anos revelou que é fã de Stranger Things desde o primeiro episódio e sente-se privilegiada por ter sido escolhida para contar a história de Terry e Onze, duas “mulheres fortes”.

Por que quis lançar um livro sobre Stranger Things? É fã da série?

Sou fã da série desde o início. Quando o editor que estava a trabalhar com a Netflix no desenvolvimento de histórias paralelas à série me contactou e perguntou se gostaria de escrever uma prequela sobre a mãe de Onze agarrei a oportunidade.

O livro conta a história da mãe de Onze, uma das protagonistas da série, e não é preciso ter-se visto um único episódio de Stranger Things para entender a história. No entanto, o livro pode ajudar-nos a perceber melhor a série. É este o seu objetivo? Captar novos fãs e dar mais informações contextuais a quem vê a série?

Obrigada! Como prequela, esperava trabalhar esta história como se fosse para todos os leitores que ainda não viram a série. Mas, claro, o meu foco principal era tentar expandir e aprofundar esta parte muito importante do universo de ‘Stranger Things’. Sinto-me muito honrada por os irmãos Duffer e a Netflix me permitirem entrar no seu mundo.

Muitas pessoas referem-se a si como uma escritora de super-heróis feministas. Concorda?

Escrevo sobre mulheres e meninas fortes porque essas são as mulheres e meninas que conheci em toda a minha vida. Sempre desejei escrever mais histórias sobre elas.

Em Stranger Things: Mentes Inquietas também são as mulheres quem predomina: Terry – mãe de Onze – Alice e Gloria. Há falta de livros a destacar a coragem das mulheres?

Quis, desde o início, dar a Terry um grupo de amigos porque a amizade é uma parte crucial de Stranger Things. Também fez sentido para mim que grande parte desse grupo fosse composta por mulheres da sua idade, na universidade. Queria mostrar um grupo diversificado, com diferentes origens e experiências que se juntam para lutar contra o inimigo comum, o Dr. Brenner.

Qual é a sua personagem preferida do livro? Uma que se tenha destacado por a história ter sido tão intrigante ou divertida de se escrever.

Amo todas as personagens, mas se tivesse de escolher uma, provavelmente seria a Alice. Ela só foi sendo completamente construída nas páginas.

Que feedback tem recebido por parte dos fãs da série?

Tenho muita sorte. Os fãs de Stranger Things têm sido muito generosos e dão-me um feedback maravilhoso sobre o livro.

Escreveu sobre uma série que já tem muitos fãs. Isso, de alguma forma, pressionou-a?

Já tinha escrito uma trilogia sobre a Lois Lane, dos mitos do Super-Homem, com ela e o Clark como adolescentes. Então já tinha um pouco noção de onde me estava a meter. Há sempre pressão quando temos a oportunidade de contar uma história sobre um mundo que nós e muitas outras pessoas gostamos tanto. Queremos fazer justiça, mostrar gratidão pela oportunidade e fazermos o melhor que podemos.

Na sua opinião, o que tem a série Stranger Things de tão especial?

Sinto que é um raro espetáculo que atravessa gerações. Há algo que interessa a muitos grupos de idades diferentes e toca em muitas culturas. Onze é provavelmente a melhor personagem de ficção científica em décadas e a Netflix, em si, desempenha também um papel importante porque leva a série para muitas pessoas no mundo inteiro.

Na próxima semana, dia 9 de julho, vai ser lançado em Portugal mais uma prequela da série Stranger Things: Nova Iorque Sob Trevas, que é assinado por Adam Christopher e conta a história do chefe Jum Hopper. Conhece o autor? Trocaram algumas ideias enquanto escreviam os livros?

Conheço o Adam. Começámos a publicar livros com uma pequena editora chamada Angry Robot há uns anos. Não falámos enquanto escrevíamos porque os nossos projetos foram altamente secretos, mas vamos, definitivamente, trocar impressões sobre os livros.

Qual é a melhor forma para se preparar para o processo de escrita?

Ser curioso e interessado por todos os tipos de arte. No final do dia a inspiração vai levá-lo longe. Ser teimoso é o mais importante.

A série e o livro também estão a fazer sucesso em Portugal. O que sabe sobre o nosso país?

Adoro Portugal e gostava de voltar para uma visita. Eu e o meu marido passámos várias semanas em Lisboa e Sintra há uns anos. Grandes livrarias, comida, museus e atrações. É um dos nossos lugares preferidos no mundo inteiro.

Ficha técnica do livro:


Stranger Things: Mentes Inquietas, Gwenda Bond. Gailivro, 17,90€

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