Embora passem horas no banho, os patinhos de borracha amarelos contêm bastante sujidade, garante um estudo publicado esta terça-feira, 27 de março. Quatro em cada cinco brinquedos apresentaram bactérias potencialmente infecciosas no interior, colocando em risco a saúde de quem os tem como diversão durante o banho, afirmam investigadores suíços e norte-americanos.
A conclusão surgiu após uma análise a 19 brinquedos de várias famílias suíças, num estudo liderado pela investigadora Lisa Neu e realizado pelo Instituto Federal Suíço de Ciência e Tecnologia Aquática, pela Universidade ETH de Zurique e Universidade do Illinois, nos EUA.
Publicado no jornal científico Biofilms and Microbiomes, o estudo revela que foram detetadas até 75 milhões de células por centímetro quadrado e uma enorme variedade de bactérias e fungos. Legionella e Pseudomonas aeruginosa são duas das bactérias identificadas como as mais comuns neste tipo de brinquedos aquáticos.
Normalmente ocos e com um orifício na parte inferior, estes brinquedos tendem a acumular micróbios no interior, que acabam por ser expelidos quando apertados. Mesmo não sendo visíveis a olho nu, é possível observar alguma sujidade no interior (como mostra a imagem abaixo).
“Todos os brinquedos de banho analisados tinham biofilmes [comunidades biológicas onde as bactérias se aglomeram de forma estruturada] densos e viscosos na superfície interna. A maioria dos biofilmes dos brinquedo (cerca de 70%) tinha áreas de descoloração preta (indicativo de crescimento de fungos)”, indica o estudo.
Isto acontece dado o ambiente em que os brinquedos se encontram: “As condições do banho, em particular, promovem a formação e o crescimento de biofilmes devido a temperaturas moderadamente elevadas e ao aumento da humidade”, pode ler-se.
Embora existam bactérias que possam reforçar o sistema imunológico das crianças, muitas delas podem levar ao aparecimento de problemas de saúde: “Isto pode fortalecer o sistema imunitário, o que é positivo, mas também pode resultar em infeções nos olhos, ouvidos ou até no sistema gastrointestinal“, alerta Frederik Hammes, um dos supervisores da investigação.
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