Há uma boa razão de saúde para fazer a ceia de Natal em casa

Peru, bacalhau, sonhos, rabanadas, filhós. A noite de natal é épica em sal, açúcar e excessos em geral. Mas devemos ou não ser conscientes na ingestão que fazemos dos alimentos em tempos de festa farta? A resposta certa não é, na verdade, igual para todos.

Quando há festa, há festa! Comemora-se e, no dia seguinte, faz-se penitência“, responde Fernando de Pádua. Mas o médico cardiologista, professor não aplica esta regra a todos os portugueses. “A pessoa que já começou a fazer dieta, deve continuar a respeitar isso mesmo”, assevera.

Fernando de Pádua
Fernando de Pádua [Fotografia: Natacha Cardoso/Global Imagens]
E porquê? “Porque são precisos dois a três meses para desabituar ao sal. Só assim se chega lá”, refere o especialista, que lembra que basta uma noite para deitar todo um esforço hercúleo por terra.

Por isso, Pádua vinca que, para os que já começaram a cortar no sal, que “o melhor é ter uma refeição de natal em casa e com alguma moderação“. Já para os restantes, livres desta obrigação médica ou ainda sem esta necessidade de saúde, “mais vale a começar a dieta no dia seguinte”, refere o médico.

Para lá da dificuldade, existem as opções de escolha. Na galeria acima, recorde as alternativas simples ao sal que existem em quase todas as cozinhas nacionais e que permitem relegá-lo para segundo, ou mesmo último, plano. Opções que não comprometem o sabor e que cujas sugestões pode aplicar já à mesa deste Natal. O mesmo não acontece com o açúcar, cuja substituição parece revelar-se mais complicada.

O problema das “expectativas”

É mais difícil substituir o açúcar do que o sal na alimentação, até porque as alternativas naturais ao absoluto doce acabam por ser poucas e não pouco além da frutose”, refere Cátia Goarmon, mais conhecida como a Tia Cátia, do canal 24 Kitchen, e uma das chefes que integra a campanha de consciencialização criada pela Fundação a que o cardiologista preside – Uma Tradição de Comida Saudável.

António Amorim prefere falar de “expectativas”. Tendo em conta a sua experiência à frente do espaço Puro, o chef considera que mexer no sal das refeições é mais fácil do que no açúcar das sobremesas. “As pessoas quando olham para os doces esperam sempre que o sejam, têm essa expectativa. Eu tenho alternativas saudáveis, mais quando as pessoas querem sobremesas acabam sempre por escolher as mais vistosas”, referiu na apresentação do evento.

Imagem de destaque: Shutterstock

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