Hábitos que deve ter para que o seu filho tenha mais inteligência emocional

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A inteligência emocional é definida como a capacidade do ser humano de aprender a desenvolver, controlar e expressar corretamente as suas emoções, da felicidade ou euforia à tristeza e raiva. E há formas de fazer com que o seu filho seja mais inteligente a nível emocional, gerindo melhor todas as suas emoções.

É importante saber como controlar as suas emoções, especialmente para evitar e controlar possíveis crises de ansiedade, pânico ou mesmo depressão. O fundamental é que os seus pensamentos e atitudes não sejam dominados por elas. E se pensa que chorar em filmes é sinal de que é mais sensível ou fraca, pois desengane-se, porque é precisamente o contrário.

Empatia e gratidão são dois sentimentos muito importantes e que estão inseridos na inteligência emocional. É importante ensinar estes sentimentos aos seus filhos porque, para muitos pais, o mais importante passa pelo ensino superior e pela conquista de objetivos académicos e não tanto pela educação em casa de vários sentimentos e gestão dos mesmos, o que não deveria acontecer.

A inteligência emocional é composta especialmente por cinco elementos: autoconsciência, autorregulação, empatia, habilidades sociais e motivação intrínseca, de acordo com o psicólogo e jornalista Daniel Goleman, que popularizou este conceito no seu Livro “Inteligência Emocional: porque pode importar mais do que o QI”.

Alguns estudos têm sugerido que a inteligência emocional acaba por se revelar mais na altura em que as crianças entram para a escola e se consegue entender as suas aptidões sociais e de relacionamentos, bem como as suas próprias notas. Em adultos, as pessoas com mais inteligência emocional tendem também a ter melhores relações interpessoais, melhor saúde mental e também mais sentimentos positivos quanto ao trabalho, pressão e responsabilidades.

“A boa notícia é que a inteligência emocional não é apenas um presente que nos é dado”, afirmou ao Huffpost Michele Borba, psicóloga educacional e autora de vários livros sobre a temática. “Na verdade, é uma habilidade que pode ser ensinada às crianças, começando quando elas são pequenas, embora as sementes sejam já plantadas ainda mais cedo – na maneira como nos relacionamos e respondemos aos nossos bebés”, continua a explicar.

Veja abaixo alguns mecanismos para identificar se o seu filho tem ou não uma elevada inteligência emocional, de acordo com alguns profissionais entrevistados pelo Huffpost:

Eles têm um vocabulário para exprimir as suas emoções

Crianças com uma alta inteligência emocional são hábeis em reconhecer e rotular verbalmente as suas emoções, não se cingindo apenas a classificá-las de “boas” ou “más”. Por exemplo, crianças que expliquem coisas como ‘sinto-me triste por não poder sair com os meus amigos’; ‘sinto-me entusiasmado por ter uma bicicleta nova’; ‘sinto-me muito chateado com o meu professor’ ou ‘sinto-me assustado quando o pai viaja muito’, são exemplos de sensações que eles conseguem explicar, dando conotação aos seus sentimentos e sabendo de onde eles vêm.

Reconhecem os sentimentos neles e nos outros

Para além de conseguirem exprimir os seus próprios sentimentos, as crianças com uma elevada inteligência emocional conseguem identificar também os sentimentos dos outros. Na maioria das vezes, as crianças acabam por perceber o sentimento do outro, optando por ajudar com comportamentos não-verbais, como abraços. Isto chama-se empatia, conseguindo ler as feições e comportamentos, entendendo o que o outro está a passar.

Conseguem ver através do ponto de vista do outro

Nem todas as pessoas conseguem colocar-se no papel do outro ao ponto de entender exatamente o que pode ou não estar a passar. Este é um dos sentimentos mais psicologicamente fortes, conseguindo ver através de um ponto de vista que não é nosso. Isto é muito importante para criarmos relações e ligações mais fortes com as pessoas. Na vida adulta, pessoas que se conseguem colocar na pele do outro são também pessoas que não julgam com facilidade, têm mais paz interior e conseguem mais facilmente ajudar os outros em situações de conflito.

 

Apressam-se a ajudar quem necessita

Crianças com uma elevada inteligência emocional tendem a, rapidamente, arranjar mecanismos para ajudar outra pessoa, assim que entendem que ela não está bem. Estas crianças focam-se mais no “nós” do que no “eu”. Ainda que esta forma de ver as coisas possa surgir de maneira natural, de acordo com a personalidade de cada um, pode também ser ensinada e trabalhada com o papel dos adultos que rodeiam as crianças.

Têm ferramentas próprias para gerir as suas emoções

Se até os adultos já têm uma certa dificuldade em gerir as suas emoções, sejam elas de que tipo for, para as crianças, em alguns momentos, pode ser uma tarefa ainda mais avassaladora. “As crianças são altamente reativas, mas com uma correta orientação, instrução e prática, podem começar a usar ferramentas de saúde emocional positiva”, disse uma das especialistas, afirmando ainda que “algumas dessas ferramentas podem ser o respirar fundo, afastar-se quando se sentem mais agitadas ou aprendendo a usar palavras que mostrem que elas precisam de um descanso e, até, de um espaço para gritar de raiva, se necessário.

Estão confortáveis em dizer ‘não’

Crianças (e, posteriormente, adultos) que são mais inteligentes emocionais têm mais facilidade em impor limites e a dizer ‘não’ sempre que não concordam com algo.

Praticam a gratitude

Pessoas inteligentes emocionais tendem a ser mais agradecidas, não utilizando a palavra ‘obrigada’ apenas como um reflexo de educação e do que é suposto dizer-se, mas mesmo com um sinal de que estão gratas por algo que lhes foi dito ou feito.