Hoje há espiga!

Esta quinta-feira, 25 de maio, é o dia em que o campo chega e toma conta das cidades. As papoilas, os malmequeres, as espigas de trigo vão levar milhares de pessoas a fazer fila para comprar o ramo que promete saúde, alimentação, felicidade e dinheiro por mais um ano.

Percorra a galeria de imagens acima para ficar a conhecer quais os significados que compõem o famoso ramalhete de flores campestres, sempre em número ímpar.

Link_SaraConhecido como o dia da Espiga ou Quinta-feira da Espiga, esta é uma celebração tradicional portuguesa que coincide com a quinta-feira da Ascensão do Senhor, uma data que integra o calendário católico e que tem lugar 40 dias depois da Páscoa.

Originalmente, o dia – em que não se trabalhava, tendo sido feriado até aos anos 50 do século passado – começava por um passeio matinal em que as pessoas percorriam os campos em busca de espigas de cereais diversos – sobretudo trigo, representando o pão -, flores e ramos de oliveira.

Um processo que tinha lugar entre o meio-dia e a uma da tarde, considerado o momento sagrado. As rezas que se cumprem neste momento e ao longo do dia são muito variáveis entre as diversas regiões do país.

De volta aos elementos, uma vez colhidas todas as plantas, amarravam-se e o ramo era depois colocado atrás da porta da entrada, virado para baixo. A espiga deveria e deve ficar neste lugar durante um ano, sendo substituída pela espiga do ano seguinte. A casa e a família ficavam assim protegidas e abençoadas com saúde, alegria, abundância e sorte.

Curiosamente, trata-se de uma celebração religiosa que coincide com festividades pagãs e na evocação da primavera. Recuando no tempo, há cerimoniais gregos, romanos, mas também maias que festejavam a abundância que a estação trazia. Mas pretendia ao mesmo tempo trazer uma benção para as novas colheitas que estavam a chegar e um agradecimento pelo rejuvenescimento da vida animal e vegetal.

Imagem de destaque: Hélder Almeida Capela/Global Imagens