Homem tenta queimar muçulmana em pleno centro de Nova Iorque

Muçulmanas

Um homem tentou queimar uma mulher muçulmana, em plena 5.ª Avenida, em Nova Iorque, uma das artérias mais movimentadas da cidade americana.

De acordo com o ‘Wahsington Post’, a mulher de 35 anos, que usava um hijab (véu islâmico, que cobre os cabelos e o pescoço) e seria uma turista, estava parada junto à montra de uma boutique, quando um desconhecido lhe pegou fogo à blusa, usando um isqueiro. O caso aconteceu no passado sábado, e foi divulgado pela polícia esta segunda-feira

A polícia explicou que quando a mulher viu que tinha a blusa a arder, apercebeu-se que ao seu lado estava um homem com um isqueiro na mão. O suspeito acabou por se afastar e desaparecer por uma das ruas transversais à avenida. “Ele não lhe disse nada e foi-se embora”, referiu ao jornal, Christopher Pisano, o porta-voz da polícia nova-iorquina.

A mulher não sofreu ferimentos, mas as autoridades estão a investigar a possibilidade de se ter tratado de um crime de ódio. Ainda não foi identificado nem detido nenhum suspeito.

Perseguições a muçulmanos aumentam nos EUA
Este caso é mais a um juntar-se a outros ocorridos recentemente contra muçulmanos em território norte-americano. O Conselho para as Relações Americo-Islâmicas (CAIR, na abreviatura em inglês) considera mesmo que se inclui num “padrão alarmante de ataques” dirigidos à comunidade islâmica.

“O CAIR tem registado um aumento da discriminação anti-muçulmana e dos crimes de ódio, nos últimos meses, que os grupos de direitos civis atribuem, em parte, à retórica islamofóbica usada por várias figuras públicas”, refere o mensagem publica pela organização na sua página oficial do Facebook.

Também esta segunda-feira, uma mesquita em Orlando, foi alvo de fogo de posto. O incêndio não fez vítimas, mas causou elevados estragos, segundo as autoridades locais, que conseguiram identificar um suspeito. A mesquita em causa era frequentada ocasionalmente por Omar Mateen, o atirador que matou 49 pessoas na discoteca Pulse, frequentada pela comunidade gay de Orlando.

Poucos dias antes, em Brooklyn, duas mulheres muçulmanas que passeavam na rua com carrinhos de bebé foram insultadas por outra mulher, que lhes tentou arrancar os véus que traziam a cobrir a cabeça.

Mas, os casos mais graves aconteceram em Queens, onde um iman e o seu assistente foram assassinados e uma mulher de 60 anos esfaqueada.

Os muçulmanos americanos afirmam que não enfrentavam tanta hostilidade social e política desde os primeiros meses que se seguiram aos atentados de 11 de setembro de 2001. O facto de as celebrações do Eid Al Adha – a festa do sacrifício que consiste na matança do cordeiro e na distribuição da sua carne pela família, amigos e população mais pobre – ter coincidido com os 15 anos dos atentados também deixaram a comunidade em alerta, face a possíveis manifestações hostis.

 

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