Aqui está uma prova de que o feminismo também é para homens. O tabloide britânico The Sun, tem um concurso anual para premiar o melhor decote da Grã-Bretanha. Em 2017 mais de mil mulheres candidataram-se ao concurso, mas em 2018 esta iniciativa sexista está a ser boicotada com a ajuda dos homens.
Seguindo o ditado popular “se não os podes vencer, junta-te a eles”, a organização feminista Level Up desafiou homens e pessoas de género não binário (que não se identificam com nenhum dos sexos) a candidatarem-se ao concurso que pretende encontrar “as melhores mamas da Grã-Bretanha”.
Some love from @HuffPostUK @SCFGallagher https://t.co/R6QbfTPxiT !
— Level Up (@we_level_up) April 25, 2018
A vencedora do prémio – além de poder dizer com alguma propriedade que é o melhor decote em cinco países diferentes (apesar de se intitular um concurso da Grã-Bretanha são aceites candidatas de Inglaterra, Irlanda, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales) – ganha um montante de 5 mil libras (5661 euros) e uma viagem a Ibiza.
Um prémio tentador como explicou Carys Afoko, fundadora da organização Level Up, na sua coluna no The Guardian. “Não tenho nenhum problema com as pessoas que querem ganhar 5 mil libras e uma viagem a Ibiza (quem não quereria?). Todas as mulheres que aparecem no The Sun têm o direito de participar no concurso e todas me parecem maravilhosas. O meu problema é a mensagem pouco subtil que os editores do diário mandam aos leitores quando promovem as concorrentes: se não se pareces com elas, nem vale a pena candidatar-se ao concurso”.
“A mensagem que se está a passar neste momento às pessoas negras, homens e pessoas sem género, que compram este jornal, é que eles não são atrativos e ninguém quer ver o decote deles. Isso não é verdade em 2018”, escreveu Carys na mesma crónica. A ativista acrescenta ainda que mesmo quando nos deparamos com algo sexista nos media e a nossa reação é virar a página, a ideia transmitida fica na nossa cabeça e “essa a razão que muitos de nós, e muitas raparigas jovens, tem uma imagem negativa do seu corpo”.
A iniciativa tem tanto de eficaz, como de bem-humorada, e revela que os homens também podem fazer parte do feminismo.