Hope Hicks sobe na hierarquia da Casa Branca na semana em que Bannon sai

O nome de Hope Hicks e sua idade, 28 anos, podem causar surpresa na sua nomeação para um alto cargo na assessoria da presidência dos Estados Unidos da América. Mas a ligação da nova diretora de comunicação interina da Casa Branca ao presidente Donald Trump não é de agora. Hope Hicks é uma das suas mais antigas assessoras e uma das poucas que vai sobrevivendo aos constantes despedimentos e substituições na equipa do político norte-americano.

Nomeada na passada quarta-feira, 16 de agosto, para nova diretora de comunicação interina da Casa Branca, a ex-modelo sucede a Anthony Scaramucci, que ocupou o cargo apenas durante de 10 dias. Esta sexta-feira, 18 de agosto, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, confirmou que Steve Bannon, estratega e principal conselheiro de Trump, deixa no sábado o cargo na Casa Branca.

Segundo o site ‘Político’, Hope Hicks recebe de salário o mesmo que Steve Bannon (e de outros assessores de Trump) recebia até hoje: 179 mil dólares por ano (153 mil euros).

A ligação à família Trump
Hope Hicks começou por trabalhar com Ivanka Trump, na sua marca de roupa, em 2012. O contacto deu-se através da empresa de relações públicas Hiltzik Strategies, onde Hicks trabalhava na altura.

Em 2014, mudou-se para o setor imobiliário e para uma das empresas de Donald Trump, sendo contratada como relações públicas e um ano depois juntou-se à campanha presidencial, como responsável pela relação com os media e a gestão das redes sociais. Hicks geriu mesmo a conta de Trump no Twitter, a rede usada pelo presidente americano para se dirigir aos cidadãos e manifestar publicamente as suas posições.

Além de assessora política, a ex-modelo faz também parte do círculo mais próximo da família Trump, tendo sido uma das poucas pessoas a acompanhar Donald e Melania Trump, Ivanka Trump e Jared Kushner na visita ao Papa Francisco.

Segundo o site Politico, Hicks tem uma relação próxima e de confiança com o presidente americano desde o início da sua carreira política. A assessora é vista como uma “segunda filha”, pelo presidente americano, e tal como Ivanka, não tem medo de dizer o que pensa ao patriarca Trump.

A nomeação de Hicks e a saída de Bannon acontecem poucos dias depois das polémicas declarações de Donald Trump sobre os acontecimentos de Charlottesville. O facto de não ter condenado de imediato os manifestantes de extrema-direita pela violência dos protestos e pela morte de uma contra-manifestante, levaram muitos a criticarem a sua posição, acusando-o de complacência com o racismo e o neonazismo. As críticas não vieram apenas da oposição. Dirigentes republicanos exigiram uma clarificação a Trump e a própria filha, Ivanka, demarcou-se das declarações do pai, condenando abertamente o “racismo, a supremacia branca e os neonazis”.