HPV, o virus silencioso que pode evoluir para cancro décadas depois

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[Fotografia: Pexels/CottonBro]

Se lhe disser que o HPV (Papilomavírus humano) pode conduzir a um cancro cervical, mesmo que tenha sido contraído décadas antes, acredita?

A verdade é que um estudo recente afirma que é possível. Tal deve-se ao facto de o HPV ser tão comum que quase está normalizado, refere a instituição Jo’s Cervical Cancer Trust.

Existem mais de 200 tipos de HPV, sendo que a maior parte deles é inofensiva e outros provocam verrugas benignas. No entanto, existem 14 tipos de HPV que podem provocar cancro cervical.

Apesar de o sistema imunológico da grande maioria conseguir eliminar o vírus no período de um ou dois anos sem causar danos, uma pequena percentagem não o consegue fazer, o que pode causar alterações celulares que, não tratadas, podem progredir para cancro. Desta forma, o rastreio para a deteção do cancro cervical é importante.

Recorde-se que, segundo dados de 2018, em Portugal são registados cerca de mil novos casos de HPV todos os anos.

Esta infeção, por norma, é assintomática e, por isso, pode persistir por anos, ou décadas, de forma silenciosa e começar a, qualquer momento, causar alterações celulares.

Atualmente já existe vacinação de rotina em pré-adolescentes o que já esta a ajudar a baixar o número de casos de cancro cervical. Segundo um estudo dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos da América (CDC) e de 2021, as infeções por HPV baixaram 88% entre as jovens dos 14 aos 19 anos e 81% nas mulheres dos 20 aos 24 anos. Estes dados, coligidos até 2018, provaram, assim, a eficácia da vacina, desde que foi recomendada pela primeira vez, em 2006, nos EUA.