
“Não se está a conseguir codificar direitos novos” no quadro da igualdade e no plano internacional das Nações Unidas. O alerta é deixado pela diretora das Nações Unidas para a População, Mónica Ferro, na conferência da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) que decorre esta sexta-feira, 7 de março, em Lisboa, em antecipação e a propósito do Dia Internacional da Mulher, que se assinala este sábado, 8 de março.
A responsável revela que “temos uma série de estados que se opõem a resultados das revisões periódicas” às conferências mundiais, um olhar para a frente que deveria acontecer a cada cinco anos.
“A má notícia é que hoje, nas Nações Unidas não conseguimos colocar uma frase simples que é ‘recordando as conferências de Pequim e Cairo, e o resultado das conferências na sua revisão”, revela Mónica Ferro, que lembra que a importância destas análises se prende “com uma tomada de consciência do que está feito por cada país” e “acrescentar regras novas”, acomodando também os novos desafios.
Quando aceitam alterações, descreve a responsável, “pedem uma vírgula, falam de acordo com a aprovação de Assembleia Geral [n.r.: que não é responsável por esta aprovação], o que é uma maneira de coarctar a codificação”.
Mónica Ferro considera que atualmente “não íamos conseguir o que conseguimos em 1995 [ Conferência de Pequim] porque não há um contexto internacional com mais de 180 países a concordarem”. Uma nova realidade que, sustenta a diretora das Nações Unidas para a População, “é sinal de alarme para as nossas jovens e para os nossos jovens”.
A conferência decorreu esta sexta-feira, 7 de março, e abordou as conquistas dos 30 Anos da Declaração e da Plataforma de Ação de Pequim e os 50 anos da 1ª Conferência sobre as Mulheres que se realizou no México em 1975. Encontros que se tornaram marcos históricos que contribuíram para os direitos das mulheres.
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