Incidência da gripe em queda

A Direção-Geral de Saúde (DGS) estima que a incidência da gripe comece a descer já esta semana, mas lembrou que ainda há 20 mil doses da vacina contra a gripe disponíveis no Serviço Nacional da Saúde (SNS) para os grupos de risco ou mais vulneráveis.

Esta segunda-feira, 16 de janeiro, em conferência de imprensa, o diretor-geral da Saúde, Francisco George, afirmou que “é provável que tenha iniciado esta semana a descida da intensidade ao nível dos novos casos” e que “pode acontecer, tudo indica, que dentro de quatro semanas a atividade gripal possa ser residual”.

Mesmo assim e, com a descida de temperaturas que se avizinha para os próximos dias, o responsável lembrou que dos 1,2 milhões de doses de vacinas disponíveis no Serviço Nacional de Saúde restam ainda 20 mil, além das vendidas nas farmácias.

Grupos de risco a vacinar
Estas doses podem beneficiar pessoas dos grupos prioritários que ainda não se imunizaram e onde se incluem pessoas com mais de 65 anos, doentes crónicos e imunodeprimidos, grávidas e profissionais de saúde e prestadores de cuidados.

Para alguns dos grupos de risco, a vacina está disponível gratuitamente, já as pessoas que não forem abrangidas pela vacinação gratuita podem adquiri-la nas farmácias, sob prescrição médica, com uma comparticipação de 37%.

A vacina é gratuita nos centros de saúde para profissionais de saúde, pessoas com idade igual ou superior a 65 anos, residentes ou internadas em instituições e de maior risco clínico, como os dependentes de diálise, de quimioterapia, transplantados ou a aguardar por transplante, portadoras de trissomia 21 ou doentes com fibrose quística, entre outros.

O diretor-geral da Saúde recordou que a gripe pode contribuir para acelerar a mortalidade, estimando que todos os anos pelo menos 1.500 portugueses morrem precocemente por força da gripe.

Cerca de 100 pessoas foram admitidas em unidades de cuidados intensivos devido à gripe e a grande maioria não se encontrava vacinada. Quanto aos casos mortais verificados nesta época gripal, Francisco George adiantou que a maior parte são pessoas com mais de 75 anos e, em particular, idosos com mais de 85.

Tempo frio não traz “cenário alarmante”
Apesar das previsões meteorológicas para os próximos dias preverem uma descida brusca das temperaturas, o diretor-geral da Saúde disse não se estar “perante um cenário alarmante”.

Ainda assim deixou algumas recomendações à população e alertou para descompensações por doenças crónicas que possam ocorrer.

Manter o corpo hidratado e quente, aquecer a casa, ter em atenção que há fontes de calor que podem representar risco de incêndio ou intoxicação, estabelecer contacto com familiares e vizinhos são alguns dos conselhos da DGS. No caso de se sentirem alguns sintomas, a entidade recomenda que se ligue para a Linha Saúde 24.

Entretanto, a DGS pediu também à rede nacional de delegados de saúde que reforçasse as visitas aos lares de idosos.