Independência da Catalunha: Leia a opinião da basca Dolores Redondo

Dolores Redondo (Paulo Spranger/Global Imagens)

A escritora Dolores Redondo passou recentemente por Portugal para apresentar o seu novo livro ‘Tudo Isto te Darei’ (Editora Planeta) e para participar no Festival internacional de Literatura de Óbidos (Folio).

Em entrevista ao Delas.pt, a autora, de origem basca, comentou a situação na Catalunha e o braço de ferro com Madrid. Nesta sexta-feira, 27 de outubro, dia em que o Parlamento de Barcelona aprovou independência e o senado de Madrid suspendeu a autonomia, recuperamos o excerto com a opinião de Dolores Redondo sobre esta complexa questão:

Como basca, que solução antevê para o conflito entre o governo catalão e o governo central de Madrid?

Penso que a solução para todos os conflitos deste tipo passa por uma solução política, firme e com vontade de criar o diálogo. A crispação que acontece neste momento entre as pessoas leva-as a discutir isto, quando sabemos que as coisas realmente importantes, na nossa vida, passam por a nossa família estar bem, os nossos amigos estarem bem, os nossos pais terem uma vida digna, os nossos filhos poderem estudar, ser livres, por termos trabalho, saúde – aspetos bastante mais sensíveis que os aspetos políticos, que no momento em que chegam à rua sempre levam a uma certa tensão. Além disso, há sempre alguns elementos dentro da sociedade que estão à espera destes momentos de confusão para criar ainda mais confusão. Dou o exemplo com que se passou recentemente com os terríveis incêndios em Portugal e na Galiza. Houve imediatamente, e isso é bom, uma resposta na rua, as pessoas não ficaram em casa. Unem-se e saem para protestar e exigir medidas aos políticos. Mas nas redes sociais e noutros meios também houve pessoas a tentar semear o pânico, dizendo que havia muitos mais mortos do que os que houve. Com isto quero dizer que não devemos deixar-nos manipular por quem tenta piorar as situações. E é verdade que a Catalunha está a passar por um momento político extremamente complicado, mas por ser político há caminhos políticos para o resolver e com vontade de diálogo acredito que se possa resolver. Espero que as autoridades acalmem a população porque o mundo não vai acabar. Sobretudo que não nos rendamos ao pânico.

Leia a entrevista completa aqui.


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