
A socialista Inês de Medeiros reconheceu este domingo à noite, 1 de outubro, que a vitória na Câmara da Almada foi surpreendente e atribuiu-a à conjuntura nacional do PS e ao “cansaço” por 41 anos de executivos CDU.
A perda desta autarquia por parte da coligação que junta o Partido Comunista Português e Os Verdes, que governava o município desde as primeiras eleições autárquicas decorridas no país, em 1976, representa uma das maiores hecatombes históricas para o conjunto de partidos de esquerda.
“Claro que surpreendeu. Foi uma belíssima vitória. A CDU tinha maioria absoluta aqui, nunca perdeu a Câmara em 41 anos. Portanto, é, obviamente, uma vitória surpreendente e muito boa“, começou por dizer à agência Lusa.
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A deputada do Partido Socialista conseguiu um dos maiores feitos destas autárquicas, vencendo a Câmara de Almada (distrito de Setúbal) à CDU. Joaquim Judas era novamente candidato à presidência.
“Eu acho que há várias coisas que fizeram a diferença. Uma, obviamente, é que o PS também está com grandes resultados, não é só em Almada. E depois, é também o fim de 41 anos – 41 anos é muito tempo, há um cansaço que se instala“, analisou Inês de Medeiros.
Em clima de festa, a futura presidente do município de Almada sublinhou que, agora que a campanha eleitoral acabou, é preciso que todos trabalhem “em conjunto e por Almada, pelas suas pessoas e pelo concelho, que tem tanta coisa boa, tantas potencialidades”.
O PS vai, contudo, governar a autarquia com um executivo minoritário, já que conseguiu apenas quatro vereadores (31,25%), os mesmos que o PCP (30,93%). Uma diferença percentual que, na prática, decorre de 213 votos de diferença, isto num concelho que registou uma abstenção de 55,9%.
Inês de Medeiros reconheceu que esta é uma noite muito feliz para si, mas também para o PS: “Há tantos anos que [o partido] aspirava isto, é um prazer enorme dar esta alegria às pessoas“.
CB com Lusa
Imagem de destaque: António Pedro Santos/Lusa