Infarmed retira medicamento para emagrecer e que acarreta riscos cardiovasculares

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O Infarmed detetou no mercado português um medicamento ilegal para emagrecer e que contém uma substância retirada do mercado europeu por constituir um risco para a saúde, anunciou a autoridade do medicamento.

De acordo com o Infarmed, o produto Li Da Daidaihua (cápsulas) é um medicamento ilegal por não ter autorização de introdução no mercado em Portugal e conter uma substância (sibutramina) que foi retirada do mercado europeu.

Esta substância, “que tem atividade farmacológica e se destina ao emagrecimento, foi detetada após análise no laboratório do Infarmed”, refere a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde.

Link_Sexo“Atendendo a que este produto não foi autorizado pelo Infarmed, a sua utilização é proibida em Portugal, não estando garantida a sua qualidade, segurança e eficácia”, acrescenta.

O Infarmed indica ainda a todas as entidades que disponham deste produto que não o podem vender, dispensar ou administrar, devendo comunicar de imediato com a autoridade do medicamento.

Os utentes que tenham adquirido o produto não o devem utilizar e o Infarmed aconselha a entregar as embalagens em causa na farmácia para posterior destruição.

Estudo alemão de 2010 apontava para aumento de riscos cardiovasculares

Já em junho de 2010, a autoridade do medicamento portuguesa tinha interditado, em deliberação nacional, a comercialização de medicamentos com sibutramina. Na altura, a decisão decorreu do facto de Bruxelas, após avaliação feita na Alemanha de farmacovigilância daqueles medicamentos, ter proibido a venda.

O estudo de então – intitulado “Sibutramine Cardiovascular OUTcomes (SCOUT)” – veio demonstrar que havido um incremento do risco de doenças cardiovasculares graves em pacientes já com esses problemas e tratados com aquela substância ativa.

O mesmo se aplicava aos obesos que, por terem maior probabilidade de sofrer episódios cardiovasculares graves, viam os riscos para a saúde aumentados mediante o consumo de sibutramina.

“Os problemas de segurança cardiovascular não são suficientemente contrabalançados pelos efeitos benéficos, já que, em média, a perda ponderal conseguida com o medicamento é modesta, podendo não ser mantida após a cessação do tratamento”, lia-se, então, nas conclusões do estudo.

Imagem de destaque: DR