Inseguranças sexuais, quem não as tem?

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De tudo aquilo que pode afetar a forma como estamos na cama, a segurança sexual é o fator mais importante. Não falo da diversidade de posições que fazemos ou do número de orgasmos que temos, falo do modo como nos percecionamos enquanto seres sexuais. Nem tão pouco este tema passa pela quantidade de vezes que temos relações sexuais, passa, sim, pela forma como a imagem que temos de nós mesmos é ou não valorizada por quem connosco divide a cama. É deste jogo de espelhos entre o que achamos que somos e o que acham de nós sexualmente que reside a nossa confiança.

E essa confiança também não passa por padrões de beleza. Não é um corpo bonito, dentro dos cânones, que nos vai fazer sentir mais ou menos seguras no quarto. O mesmo se aplica aos homens. Aquilo que nos faz viver serenamente com a nossa sexualidade, com o que gostamos, sentimos, desejamos vive a par com o lado negro da força sexual, com o que nos mete medo, com o que receamos e evitamos.


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Algures na educação sexual masculina lhes foi passado que um pénis grande é o tipo de pénis que as mulheres procuram mas, de acordo com este estudo, por cada vez que uma mulher faz uma pesquisa por “tamanho do pénis” há um homem que o faz 170 vezes mais. A segunda maior pesquisa feita por homens também não deve surpreender: como faço para o sexo durar mais tempo? Outro tema sobre o qual o universo feminino não se debruça grandemente (a não ser que isso leve a desencontro sexual) mas que ocupa os espíritos masculinos.

Naturalmente, a ansiedade sexual não é uma coutada exclusivamente masculina. As mulheres também têm os seus medos e do mesmo modo que a pesquisa por “pénis” é predominante nos homens, “vagina” é o vocábulo mais procurado pelas mulheres, embora por razões diferentes. De acordo com as pesquisas do Google, o odor vaginal é o tema que mais inquieta o sexo feminino. De tal modo, que a pesquisa é detalhada. Perguntam, e por ordem decrescente, porque razão a sua vagina cheira a “peixe”, “vinagre”, “cebola”, “amoníaco”, “alho”, “queijo”, “suor”, “urina”, “lixívia”, “fezes”, “ferro”, “pés”, “lixo” e “carne podre”. Incrível o que uma simples busca no Google nos diz sobre esta questão… E do mesmo modo que uma pequena percentagem de mulheres procura saber como aumentar o pénis do parceiro, uma igualmente pequena percentagem de homens questiona-se sobre odor vaginal, apenas no sentido de saber como abordar o assunto sem ferir a suscetibilidade da parceira.

Mas a vagina não é a única preocupação das mulheres. O peito e o rabo são igualmente campeões de anseios com as palavras “aumento mamário” a registar mais de 7 milhões de procuras anuais. Já quanto ao rabo, a evolução foi diferente. Até 2010 era uma parte pouco considerada da anatomia feminina mas fenómenos como as Kardashians e o twerking (um tipo de dança que nasceu para o mundo globalizado em 2013 e já tem lugar cativo no prestigiado dicionário de Oxford) elevaram a curiosidade das mulheres e encapsularam-na em questões e buscas no Google por “como ter um rabo maior?”. Na pornografia, as pesquisas por “big booty” (rabo grande) aumentaram igualmente.

Sinais dos tempos? Talvez. Mas as inseguranças, essas, vieram para ficar.