Iranianas tiram véu em público e país diz que há influência estrangeira

Nos últimos dias, várias mulheres retiraram o véu que cobre o cabelo, de uso obrigatório no Irão, nas ruas de Teerão e Isfahan e colocaram-no num pau, agitando-o como uma bandeira. Para a procuradoria-geral daquele país, a responsabilidade por este movimento decorre da influência estrangeira. Há já autoridades que consideram o “movimento infantil”.

Apesar das instituições considerarem isto, as imagens estão a ser divulgadas pela plataforma My Stealthy Freedom , da autoria de Masih Alinejad, jornalista e ativista a residir nos Estados Unidos da América desde 2009.

Em declarações à agência noticiosa ISNA, o procurador-geral, Mohamad Jafar Montazeri, considerou que este comportamento é motivado pela “ignorância” e que existe uma “estimulação de sentimentos” proveniente “de fora do país“. Montazeri assegurou que se trata de um “movimento infantil” que pretende ter repercussão nas redes sociais e que obedece a um plano predeterminado.

“Encaro-o como um tema leve e sem importância. No conjunto da população de 80 milhões do país, a imensa maioria das mulheres usam ‘chador’ ou um ‘hiyab’ correto. Não permitirão que se aplique uma diretiva do inimigo”, acrescentou. Por sua vez, o procurador de Teerão, Abbas Jafari-Dolatabadi, confirmou hoje que uma mulher foi detida no país por não usar o véu.

Na sequência da revolução de 1979, a República islâmica do Irão estabeleceu normas de vestuário que permanecem obrigatórias.

CB com Lusa

Imagem de destaque: My stealthy freedom

http://revista.delas.pt/familia/muculmanas-em-portugal/