Irmã de Marielle Franco preocupada com empenho do governador do Rio em resolver o caso

Marielle
Marielle Franco [Fotografia: DR]

A irmã da vereadora e ativista dos direitos humanos brasileira Marielle Franco, assassinada em março do ano passado, está preocupada com o compromisso do novo governador do Rio de Janeiro em resolver o caso.

Passados 10 meses desde o assassinato a tiro de Franco e do seu motorista, Anielle Franco afirma que as ações do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, enquanto candidato, foram “preocupantes”.

No ano passado, Witzel participou e discursou numa manifestação onde uma placa de rua em homenagem a Franco acabou por ser destruída.

Durante a campanha eleitoral, Daniel Silveira e Rodrigo Amorim, dois parlamentares que ainda eram candidatos a ocupar um cargo na câmara estadual do Rio de Janeiro, partiram, publicamente, uma placa em memória de Marielle Franco, que tinha sido colocada em frente à Câmara Municipal.

O ato aconteceu na presença do então candidato ao governo do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que, segundo a Amnistia Internacional (AI), aparece “sorrindo em apoio aos outros dois candidatos presentes”.

Witzel assumiu o cargo de governador do dia 01 de janeiro e declarou que os investigadores estavam perto de resolver o caso. Várias autoridades já fizeram promessas semelhantes mas nenhuma prisão foi efetuada até ao momento.

A Amnistia Internacional fez um apelo às autoridades do Rio de Janeiro para assumirem o compromisso de esclarecer os contornos do homicídio da vereadora.

A AI pediu ao novo governador do Rio de Janeiro e ao chefe da polícia estadual para investigar adequadamente o homicídio de Marielle Franco e do motorista do veículo em que viajava, Anderson Gomes.

“O ano de 2018 terminou sem que o estado do Rio de Janeiro, sob intervenção federal na área de segurança pública, tenha conseguido resolver o caso. A nova gestão do governo do estado tem o dever de assumir essa responsabilidade e não deixar o caso sem solução”, disse Jurema Werneck, diretora executiva da AI num comunicado.

A Amnistia defende que o episódio não foi apenas um ataque contra Marielle Franco, mas a todas as instituições democráticas do país, e levanta preocupação com o bom andamento das investigações que estão agora sob a responsabilidade de Witzel.

“É sério que as pessoas eleitas para cargos no executivo e legislativo regional atacaram com grande virulência a memória de uma parlamentar. Eles devem se comprometer a trabalhar para a boa liquidação do caso e não repetir atitudes ofensivas como essa”, afirmou Jurema Werneck.

Marielle Franco, vereadora e defensora dos direitos humanos, foi assassinada na noite de 14 de março de 2018, quando viajava de carro pelo centro do Rio de Janeiro, depois de participar num ato político com mulheres negras.

As autoridades brasileiras suspeitam do envolvimento de milícias, mas ainda não conseguiu descobrir quem ordenou o assassinato nem quem executou a ativista.

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