Islândia: afinal, recontagem de votos retira maioria de mulheres no Parlamento

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Primeira ministra islandesa Katrín Jakobsdóttir [Fotografia: Facebook]

Tudo se encaminhava para ser um feito histórico: Islândia seria o primeiro país europeu a conquistar uma maioria de mulheres deputadas, com 33 lugares eleitos em 63 no parlamento. E se este era um momento histórico impressionante no sábado, 25 de setembro, esta segunda-feira, 27, os resultados definitivos apontam para outro caminho.

As mulheres conseguiram, segundo a estação pública britânica BBC, segurar 30 – e não 33 – lugares de deputadas, empurrando ainda assim a Islândia para o feito histórico de ter o parlamento da Europa mais igualitário até hoje, representado o sexo feminino 47,6% do total.

Nunca nenhum país do velho continente atingiu a marca de 50% de representação de ambos os géneros, sendo a Suécia o que mais se tinha aproximado até agora, contabilizando 47% de mulheres parlamentares.

Fora da Europa, apenas cinco países têm, atualmente, parlamentos onde as mulheres ocupam pelo menos metade dos assentos. Ruanda está na dianteira com 61,3%, segue-se Cuba com 53,4%, Nicarágua com 50,6% e México e Emirados Árabes Unidos com 50%. Em Portugal, as legislativas de 2019 elevaram a percentagem de presença feminina na Assembleia da República, fixando-se nos 38%.

E se, inicialmente, a vitória histórica de mulheres na Islândia apontava para a perda de uma delas, a primeira ministra Katrín Jakobsdóttir, ela consegue reforço de votação no âmbito da coligação que lidera. Porém, o partido do qual emerge – Movimento verde de Esquerda – perdeu assentos parlamentares.