Isto é o que ainda não entendemos sobre o verdadeiro significado de felicidade

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Por certo já terá ouvido o típico ditado que afirma que a felicidade não se compra. Mas parece que, afinal, não é bem assim. Existe um curso online – pago – na Universidade de Yale, Estados Unidos da América, que a ensina a ser mais feliz. E a professora do curso defende que não sabemos assim tanto sobre o verdadeiro significado de felicidade.

Laurie Santos é professora de psicologia na Universidade de Yale e tenta sempre ensinar aos seus alunos o máximo sobre a procura da felicidade. Em 2018, criou uma aula chamada de ‘A ciência do bem-estar’, com o intuito de ajudar os jovens a lidar com o stress, ansiedade, depressão e solidão, que são tópicos cada vez mais atuais e recorrentes nos dias que correm – sendo a depressão seis vezes mais frequente nas mulheres.

Escusado será dizer que a aula tem ganho cada vez mais adesão por parte dos alunos, sendo uma das mais frequentadas na Universidade. Começou por ser pago à parte, como um curso online, sendo agora disponibilizada de forma gratuita devido à forte adesão e com o intuito de ajudar cada vez mais pessoas.

Laurie Santos, a professora da disciplina, contou em entrevista ao Huffpost que a grande maioria dos seus alunos não entende o verdadeiro significado de felicidade ou, pelo menos, o significado aceite pelos especialistas que estudam a temática. Ao que parece, o termo técnico para felicidade é “bem-estar subjetivo”.

“Tipicamente, os especialistas olham para a felicidade como tendo duas partes: uma componente cognitiva, que é quando estamos satisfeitos com a nossa vida, e uma componente emocional, que é quando se tem mais emoções positivas que negativas. Isto mostra que se está satisfeito com a vida”, afirma a especialista.

A professora elaborou então uma lista de tudo aquilo que a felicidade não é, mas que nós tendencialmente associamos que sim. Veja abaixo quais as noções erradas de felicidade que a sociedade tende a crer como certa.

O gene da felicidade faz apenas uma parte do processo

O primeiro grande equívoco de todos nós, começa por explicar ao mesmo meio de comunicação a especialista, é pensarmos que não conseguimos mudar a nossa felicidade, ou seja, acreditarmos que estamos predispostos a um certo nível de alegria. Existem pesquisas que afirmam e mostram que existe um componente genético para a felicidade, mas que este gene apenas faz uma parte do processo. “Há um componente genético na felicidade, mas é muito menor do que pensamos. Isso significa que realmente podemos agir para melhorar a forma como nos sentimos”, reitera.

A felicidade não está ligada a muitos dos fatores externos que consideramos como importantes

“O segundo grande equívoco sobre a felicidade é que esta decorre de acordo com as nossas circunstâncias externas – quanto dinheiro ganhamos, onde moramos, que emprego temos ou se temos um parceiro amoroso”, explica a professora.

Embora existam, claro, alguns fatores externos que afetam o nosso nível de felicidade, eles não são, de todo e por norma, correlação disso. “Principalmente para aqueles que vivem acima do limiar da pobreza e em situações relativamente seguras, as suas circunstâncias externas acabam por não importar assim tanto quanto pensamos“, indaga, acrescentando ainda que “embora seja difícil chegar a um acordo, a verdade é que trabalhar para mudar os nossos salários, empregos e relacionamentos não irá afetar o nosso bem-estar tanto quanto gostamos de assumir”, termina então por dizer a psicóloga.

A felicidade não se concretiza a solo

Claro que cada um é responsável pela sua própria felicidade, mas isso não quer dizer que tenha de se afastar dos outros – pelo contrário. Para Laurie Santos, é importante relacionar-se com os outros, agradecendo a sua presença e reservando tempo para os que nos são mais importantes.

“Várias pesquisas sugerem que as pessoas mais felizes são aquelas que priorizam as suas relações sociais. Isto porque pessoas que investem em relação não têm tantos pensamentos egoístas e são orientados não só para si mesmos mas também para os outros“, reitera então a especialista.

A felicidade também é saber estar infeliz

Sabe aquele típico conselho de que para conhecermos a felicidade temos de experienciar também os sentimentos maus como raiva, solidão ou tristeza? a especialista defende que é importante sentir estas sensações e não reprimi-las. Aliás, vários são os estudos que afirmam que, por exemplo, chorar tem um efeito terapêutico nas pessoas. Para vários especialistas, uma das chaves para sentir felicidade é abraçar e aceitar os maus sentimentos, de forma a conseguir superá-los mais facilmente.