Não há cedência. Depois do atentado mortal a duas mesquitas em Christchurch, cidade neozelandesa, a primeira-ministra do país, Jacinda Ardern, declara guerra às armas. A primeira-ministra da Nova Zelândia afirmou, na segunda-feira, 18 de março, que a reforma de lei de armas vai ser anunciada dentro de dez dias.
Está a ser, assim, acelerada uma iniciativa governamental que já estava prevista, mas que agora, após a tragédia que vitimou mortalmente 50 pessoas, vai mesmo ser levada a cabo. Se atualmente, o enquadramento legal indica que a posse de armas está autorizada a quem tem 16 e mais anos, passando por controlos policiais, tal vai mesmo mudar, e a contra-relógio.
O anúncio do prazo surge horas depois de o dono da loja “Gun City”, em Christchurch, a terceira maior cidade do país, ter afirmado que vendeu quatro armas ao homem que alegadamente perpetrou os ataques, através de uma encomenda por correio verificada pela polícia.
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Mas esta não é a única medida anunciada pela chefe de Governo da Nova Zelândia. Jacinda acabou de prometer nunca mais referir o nome do alegado responsável pelo ataque às mesquitas, de forma a negar-lhe visibilidade ou uma plataforma para difundir ideias racistas. “Ele obviamente tinha uma série de razões para cometer este atroz ataque terrorista. Elevar o seu perfil foi uma delas. E isso é algo que podemos negar-lhe”, afirmou Jacinda Ardern.
A primeira-ministra falava no Parlamento, numa sessão extraordinária, que abriu com a expressão árabe “Salam aleikum” (“A paz esteja convosco”).
Recorde-se que no sábado, 16 de março, as autoridades acusaram Brenton Tarrant, suspeito autor dos massacres em Christchurch, de assassínio. Brenton Tarrant, um australiano nacionalista branco de 28 anos, é o suposto responsável pelos ataques às mesquitas Al-Noor e de Linwood, que fizeram 50 mortos e quase meia centena de feridos.
CB com Lusa
Imagem de destaque: Reuters
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