Jane Birkin vem ao Jardim de Verão da Gulbenkian

British singer and actress Jane Birkin performs during a concert in Madrid
British singer and actress Jane Birkin (R) performs during a concert in Madrid February 20, 2008. REUTERS/Andrea Comas (SPAIN) - RTR1XCKL

Jane Birkin, Roberta Sá e Mayra Andrade são algumas das artistas que vão participar no programa do Jardim de Verão da Gulbenkian, de 23 de junho a 20 de julho, em Lisboa.

De acordo com a programação divulgada pela fundação, depois da primeira edição do Jardim de Verão, no ano passado, para celebrar o 60.º aniversário da Fundação Calouste Gulbenkian, o evento regressa este ano com concertos, cinema, exposições, leituras encenadas e atividades para famílias.

No arranque do Jardim de Verão, a 24 de junho, está marcado um concerto da brasileira Roberta Sá, no anfiteatro ao ar livre, com um repertório de temas do último álbum, “Delírio”, que gravou, também, com António Zambujo.

Este concerto inicia um ciclo dedicado à música lusófona, que inclui a cabo-verdiana Mayra Andrade (25 de junho) e a sua pop tropical, Bonga (30 de junho), com o semba, símbolo da identidade angolana que deu origem à kizomba, e ainda a guineense Eneida Marta (15 de julho), que cruza o gumbé com o jazz.

A 14 julho, estreia-se em Portugal, no Jardim Gulbenkian, o espetáculo Birkin: Gainsbourg Sinfónico, no qual Jane Birkin revisita, em versão sinfónica, os clássicos do ex-companheiro Serge Gainsbourg, falecido em 1991.

Do repertório fazem parte duas dezenas de temas, como “La Javanaise”, “Jane B”, “Babe Alone in Babylone”, “La Chanson de Prévert”, “Requiem pour un con”, “Initiales BB”, “My Lady Heroine” e “Lost Song”, que a artista vai interpretar na companhia do pianista japonês Nobuyuki Nakajima e da Orquestra Gulbenkian, dirigida por Jan Wierzba.

Até 20 de julho, na área da música, estão programadas sonoridades do Médio Oriente, com o projeto Cairo Jazz Station (29 de junho), que junta jovens do Egito, da Turquia, de Portugal e de Itália, mas também The Secret Trio (07 de julho), que reúne no Jardim Gulbenkian os modos microtonais do Médio Oriente, as batidas de dança dos Balcãs, mais as improvisações e influências do jazz, do rock e da música clássica.

A segunda edição do Jardim de Verão inclui uma mostra de filmes de cineastas portugueses que contaram com o apoio da Fundação Gulbenkian, sobretudo na última década.

Em junho e julho, serão projetados filmes de Filipa César, Filipa Reis, Gabriel Abrantes (em colaboração com Ben Rivers), João Miller Guerra, João Niza, João Pedro Rodrigues, João Salaviza, João Viana, Leonor Noivo, Leonor Teles, Marco Martins, Miguel Gomes, Patrick Mendes, Pedro Peralta, Pedro Pinho, Sérgio da Costa (em colaboração com Maya Cosa), Susana Nobre e Tomás Baltazar.

Comissariado por Miguel Valverde, o ciclo “A Gulbenkian e o Cinema Português” abre com o filme “Twenty-one-Twelve”, um projeto criado por Marco Martins, em coautoria com o artista plástico Michelangelo Pistoletto, que reflete sobre a crise e o papel transformador que a arte pode assumir na sociedade.

Conversas no jardim, leituras encenadas, ‘workshops’ e outras atividades para famílias entram também no Jardim de Verão, que terminará a 20 de julho, Dia Calouste Gulbenkian.

Neste dia, além da entrega dos Prémios Gulbenkian, a Orquestra Gulbenkian, no anfiteatro ao ar livre, e Gisela João, no grande auditório, protagonizam os dois concertos de encerramento do Jardim de Verão, ambos de entrada gratuita.

Este verão, a Fundação Gulbenkian associa-se aos eventos que assinalam o centenário da guerra de 1914-1918, trazendo à reflexão uma perspetiva cultural e social do impacto que o conflito teve em Portugal.

A participação de Portugal na Grande Guerra não foi apenas um ato político e militar, recorda a Gulbenkian, apontando que o país sofreu efeitos económicos, sociais e culturais que se refletiram no quotidiano dos portugueses e na sua relação com o exterior.
São esses efeitos que a Gulbenkian pretende recordar e debater, com a exposição “Tudo se desmorona: Impactos Culturais da Grande Guerra em Portugal”, a partir de 30 junho, também com o colóquio “Ninguém sabe que coisa quer: a Grande Guerra e a Crise dos Cânones Culturais Portugueses” (28 a 30 de junho), com o ciclo de cinema “Imagens da Grande Guerra”, e com a leitura encenada do texto “Pra um país tão pequeno”, entre outras iniciativas, de entrada livre.