Era através da comunicação social que acompanhava as notícias que davam conta da crise migratória que explodiu na Europa em 2015. Certo dia, movida pela curiosidade e pelo ímpeto de ajudar, decidiu fazer mais do que isso. Levantou-se, arregaçou as mangas e partiu. Jaz O’Hara, uma jovem britânica de 25 anos, deixou para trás uma carreira na indústria da moda e foi conhecer de perto a realidade de um campo de refugiados situado em Calais, norte de França.
“Quem são estas pessoas?“, “O que aconteceu com elas?”, “Como é viver num campo de refugiados?”. Estas foram as questões que assolaram a mente de Jaz O’Hara e que a impeliram a ver com os seus próprios olhos aquilo que os órgãos de comunicação social mostravam e descreviam. Na altura estava longe de saber que a vida viria a mudar para sempre.

Acompanhada dos seus dois irmãos, a estilista britânica ficou admirada com o desprendimento de quem deixou uma vida para trás para fugir da guerra. “Fomos recebidos de braços abertos. Passamos dias a conversar, beber chá e a trocar experiências com pessoas de todo o mundo – Síria, Sudão, Afeganistão e Eritreia. De todos eles obtivemos uma hospitalidade, abertura e bondade como nunca tinha visto na minha vida”, explica Jaz O’Hara no blogue World Wide Tribe, que criou a propósito do seu trabalho voluntário com refugiados.
Não obstante o facto de ter presenciado uma “chocante falta de infraestruturas e instalações”, bem como o “frio” e a “fome” a que os migrantes estão sujeitos, a jovem ficou agradavelmente surpreendida com “o espírito positivo” e “a força” que encontrou neste campo de refugiados.

Foi então que decidiu publicar na sua página de Facebook um texto emotivo sobre a experiência que tinha acabado de viver. No dia seguinte, mais uma surpresa. Ao aceder à Internet, não podia acreditar quando viu que a sua publicação tinha sido partilhada… 65 mil vezes. “Como podem imaginar, fiquei em choque, mas era apenas o início de uma aventura que ainda persiste”.
Na sua publicação, O’Hara mencionou que em breve partiria novamente para um campo de refugiados e que estes precisavam urgentemente de roupa quente, sapatos, sacos cama ou tendas. Resultado? Várias pessoas mobilizaram-se e fizeram doações.

Já passou quase um ano desde que Jaz O’Hara trocou o seu trabalho no mundo da moda pelo voluntariado. Não só não se arrepende como continua a alimentar o projeto World Wide Tribe a todo o gás. “Orgulho-me de poder chamar às pessoas mais inspiradoras e heroicas que já conheci de minhas amigas”, destaca.
A jovem também dá a conhecer o seu trabalho em escolas e universidades, onde também aproveita para angariar fundos para aquela que é a grande a missão da sua vida. “Para além da raça, religião, nacionalidade ou língua, todos nós somos o mesmo: seres humanos, que vivem juntos no mesmo mundo, o que torna claro que devemos compartilhá-lo “.