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Joana Cruz: “É preciso falar dos cuidadores de quem tem cancro”

[Fotografia: Instagram]

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A radialista travou recentemente uma batalha contra o cancro de mama e transformou esta luta numa caminhada bastante pública onde foi detalhando o processo e as conquistas. Um caminho que fez com dicas, com recomendações, com muita troca de mensagens com outras mulheres.

Hoje, volvido este tempo, Joana Cruz, que se associou a IMM Laço-Hub, revela o que é mesmo importante prestar atenção para lá do combate à doença. “É preciso falar dos cuidadores de quem tem cancro, das pessoas que estão à volta de quem tem a doença”, pede. “Focamo-nos muito no doente e esquecemo-nos do cuidador”, revela a animadora da RFM.

Ao Delas.pt, Joana Cruz revela a importância que “a avó emprestada” teve em todo o processo. “A minha avó emprestada deu-me esse cuidado, preparava-me as refeições para que eu não enjoasse, foi uma ajuda muito importante sobretudo numa altura em que a paz tem de reinar para que a energia esteja concentrada na renovação celular, nos tratamentos necessários, na recuperação”, lembra Joana Cruz.

“Os cuidadores são de uma importância extrema quer na forma como ajudam a lidar com o lado oncológico, mas também com as questões práticas do dia-a-dia. O doente tem de estar concentrado em si próprio”, revela.

E a maternidade?

O cancro de mama, que surge cada vez mais em mulheres mais jovens, vem por em destaque uma realidade complexa: a da maternidade. “Recebia mensagens de muita apreensão, sobretudo por parte das que já tinham filhos, ficavam mais desnorteadas e desorientadas com o que estava a acontecer”, recorda Joana Cruz. E prossegue: “Não tenho filhos, mas tenho uma sobrinha de oito anos e a questão foi sempre como levar os miúdos a encararem o processo com a maior leveza possível, para que não fosse também mais um peso para os pais por sentirem se os deviam ou não privar deste processo de doença.”

E para quem não tem, qual é o confronto? “Quem queria, também pode continuar a ter. Não há necessariamente um corte. Há a congelação de óvulos que é a única coisa que se pode fazer nesse sentido”, lembra Joana Cruz, que explica que a questão da maternidade também ganhou dimensão neste processo. “Passou-me pela cabeça, mas estou com 43 anos e ainda ao dia de hoje não sei se quero ou não ter filhos”, conclui a animadora de rádio.