Prestes a expor em Serralves, Joana Vasconcelos junta-se a mais de 30 artistas para promover igualdade de género

Joana Vasconcelos, que inaugura esta segunda-feira a exposição ‘I’m Your Mirror’, na Fundação de Serralves, no Porto, é uma das 33 artistas internacionais que participa na exposição Artistes à la Une, Togeth’her®, organizada para apoiar programas para a igualdade de género e o empoderamento das mulheres, promovidos pelo organismo das Nações Unidas, UN Women.

Este projeto deu carta-branca a 33 artistas de todo o mundo para conceber uma capa da revista Vogue Paris, que retratasse uma mulher que para si fosse um exemplo icónico e inspirador. Joana Vasconcelos escolheu Marie Antoinette, a última rainha de França, como pode ver em baixo.

As obras estarão em exposição na Monnaie de Paris, a partir de amanhã 19 e até 27 de fevereiro, sendo posteriormente leiloadas pela Christie’s. As receitas angariadas com o leilão revertem para o comité francês da UN Women.

‘I’m Your Mirror’, de Bilbau a Serralves

A exposição “I’m Your Mirror” viaja até ao Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, depois de ter sido apresentada com sucesso no Museu Guggenheim de Bilbau, onde recebeu mais de 640 mil visitantes, constituindo-se como a primeira mostra individual de um artista português neste museu.

“I’m your mirror” inaugura hoje, em Serralves, e abre ao público, em geral, esta terça-feira, ficando patente até 24 de junho. A exposição estende-se também ao espaço do Parque de Serralves e à avenida Marechal Gomes da Costa. São mais de 30 obras de Joana Vasconcelos, 14 das quais novas.

Entre as peças novas, que entretanto já foram apresentadas em Bilbau, contam-se uma máscara veneziana com 2,5 toneladas, feita com 231 molduras de duplo espelho, e um anel solitário, de três toneladas, com 112 jantes de carro e 1.324 copos de cristal. Veja imagens na galeria, em cima.

A exposição chega ao Porto sob o que a própria artista classificou como “polémica”, por nenhum dos dois diretores que estiveram à frente do museu nos últimos anos ter assumido a programação da mostra.

A diretora que antecedeu João Ribas, Suzanne Cotter, negou ao jornal Público ter programado a exposição, enquanto João Ribas se escusou a responder ao mesmo jornal, dizendo que “Joana Vasconcelos é uma artista extremamente relevante”, mas que o que ele gostaria de desenvolver à frente de Serralves era “um projeto distinto, que tem a ver com linhas de investigação sobre o que deve ser um museu no século XXI”.

Aquando da apresentação da programação para 2019, a presidente do conselho de administração, Ana Pinho, afirmou que “a exposição foi proposta pelo Guggenheim de Bilbau, foi apresentada ao conselho [de administração] pela anterior diretora [Suzanne Cotter] e foi assumida pelo diretor que, entretanto, saiu [João Ribas] e concluída agora pela equipa liderada pela diretora interina [Marta Almeida]”.

Em janeiro desta ano, em Paris, a artista classificou, em declarações à Lusa, de “polémica” a discussão gerada em torno da programação da sua exposição em Serralves e lamentou que se estrague a “visão do bom nome” da instituição portuense.

“Podemos chamar-lhe polémica, mas não se passa nada. Eu sou uma artista que expôs no Guggenheim em Bilbau e o Guggenheim propôs a Serralves trazer a sua exposição para o Porto e é isso que está a acontecer. […] As querelas locais têm pouco interesse e só estragam a visão do bom nome que se tem destas instituições”, afirmou na altura.

com Lusa

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