Jogos Olímpicos: saiba quanto ganham os atletas

A desigualdade salarial entre homens e mulheres ainda é uma realidade no desporto. A revista Forbes fez um ranking com os atletas mais bem pagos por ano que estão a participar nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e apenas uma mulher faz parte da lista: Serena Williams, que arrecada 28,9 milhões de dólares por ano (cerca de 25,2 milhões de euros). Um valor que inclui todas as fontes de rendimento da atleta, desde salário a patrocínios, prémios em dinheiro e subsídios.

Os Jogos Olímpicos de 1886 em Atenas, na Grécia, foram os primeiros da era moderna e abriram a porta, pela primeira vez, aos atletas profissionais e ícones do desporto mundial. Este ano, entre os 11 mil atletas a competir no Brasil, existem várias estrelas. A que mais brilha em termos financeiros é Kevin Durant, camisola cinco da equipa de basquetebol dos EUA e um dos mais adorados da NBA. Só no último ano, o jogador de basquetebol ganhou 150 mil dólares (135 mil euros) por dia. Por ano soma 56,2 milhões de dólares (cerca de 50,5 milhões de euros).


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E este dinheiro todo não vem só do desporto. Além de ter o seu próprio modelo de ténis da Nike – marca com quem em 2014 assinou um contrato de 10 anos –, Durant lançou uma marca de roupa interior em parceria com a Neff e a Foot Locker e tem como patrocinadores marcas como BBVA e 2K Sports, que lhe garantem 36 milhões de dólares (32 milhões de euros) por ano.

Veja, na galeria de imagens acima, os 14 atletas mais bem pagos dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Especificamos o valor que ganham por ano, tendo em conta o dinheiro dos patrocínios, e o valor anual do salário.

Quanto ganham os atletas olímpicos?
Treinar para brilhar nos Jogos Olímpicos e nas restantes competições desportivas é um emprego a tempo inteiro para milhares de atletas em todo o mundo, mas nem todos têm rendimentos para fazê-lo. A maioria dos Comités Olímpicos não paga nada aos atletas, mas há exceções.

Nos EUA, por exemplo, o Comité Olímpico paga as viagens aos atletas e oferece-lhes milhares de euros por cada medalha: 25 mil dólares (22 548 mil euros) se for de ouro, 15 mil dólares (13 529 mil euros) se for de prata e 10 mil dólares (9 019 mil euros) no caso de a conquista ser de bronze. Ainda assim, os países que melhores recompensas monetárias dão por causa das medalhas são Singapura, Indonésia e Azerbeijão, que pagam 886 623 mil euros, 450 978 mil euros e 300 351 mil euros, respetivamente, por cada medalha de ouro.

E quando ganham os atletas olímpicos portugueses?
Ao contrário do que acontece em países como o Reino Unido, a Noruega, a Suécia e a Croácia, que não disponibilizam um único cêntimo para apoiar os seus atletas olímpicos, o Estado português apoia o Comité Olímpico Português (COP) no financiamento dos projetos de preparação de cada federação, concedendo bolsas aos praticantes envolvidos de acordo com o seu nível desportivo e disponibilizando verbas para os encargos da preparação com treinadores, equipa técnica e outros serviços.

Para o programa de preparação do Rio 2016, bem como dos Jogos Olímpicos de 2020 e 2024, o orçamento do COP previu uma verba de 4,55 milhões de euros. As verbas destinadas à preparação foram superiores às de Londres 2012.

Cada atleta português tem direito a uma bolsa olímpica mensal para cobrir as despesas de preparação. O valor desta mesma bolsa varia consoante o nível do atleta. Se estiver no nível 1 recebe 1 375 euros, no nível 2 recebe 1 100 euros e no nível 3 recebe 900 euros.

Os treinadores recebem 80% do valor do nível em que está integrado o atleta que estão a treinar. Em caso de acumulação de vários atletas, o treinador receberá mais 20% pelo segundo praticante e mais 10% pelo terceiro.

Os pares de velejadores e canoístas estão limitados a terem apenas um treinador e as modalidades coletivas recebem 15 mil euros por cada membro da equipa/seleção se estiverem no nível A e 8 700 euros por cada praticante da equipa/seleção caso pertençam ao nível B. Além disso, um atleta não pode estar simultaneamente integrado a título individual e coletivo para evitar situações de duplo financiamento.

“O Comité Olímpico é quem paga aos atletas, aos treinadores e às federações todo o apoio para a jornada olímpica. Esse apoio nasce de um contrato entre o Governo e o Comité Olímpico de Portugal. As verbas são do Estado, o COP é que as gere depois de acordar com o Estado a forma como são distribuídas. Acabamos por ser um intermediário na atribuição desse dinheiro”, explicou ao Delas.pt João Malha, do COP.

Telma Monteiro vai ganhar 17,5 mil euros pelo bronze
O Governo português dá um prémio de 40 mil euros a cada atleta que conquistar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, o dobro do valor que é atribuído a um campeão do mundo. Já os medalhados de prata e bronze têm direito a um prémio de 25 mil e 17,5 mil euros, respetivamente, segundo a portaria 103/2014 publicada em Diário da República.

Com a medalha de bronze conquistada na segunda-feira, Telma Monteiro vai ter direito a um prémio de 17,5 mil euros.