
O Estado Islâmico (EI) matou aquela que se acredita ser a primeira mulher “jornalista cidadã” a partir da cidade síria de Raqqa, controlada pelo grupo terrorista. A jovem, de 30 anos, partilhava com o exterior a forma como se vive neste território. Foi morta por “espionagem”.
A execução de Ruquia Hassan eleva para 50 o número de repórteres mortos pelo EI desde outubro, segundo as contas da organização de jornalismo sírio Syria Direct. A jornalista escrevia no seu Facebook pessoal sobre o seu dia a dia na cidade e, sempre que aconteciam, relatava ataques aéreos realizados pela coligação liderada pelos Estados Unidos.
Ruquia Hassan, que utilizava também o pseudónimo Nisan Ibrahim nas redes sociais, era jornalista independente. Nas fotografias que publicava no Facebook aparecia a sorrir, com batom rosa nos lábios, e a usar hijab, o lenço religioso islâmico que cobre os cabelos e o pescoço.
A sua morte foi confirmada pelo grupo ativista dos direitos humanos na Síria, Raqqa is Being Slaughtered Silently – RBSS – (Raqqa está a ser silenciosamente massacrada).
Abu Mohammed, fundador do RBSS, tweetou que as últimas palavras de Ruquia foram: “Estou em Raqqa e fui ameaçada de morte, e quando o Estado Islâmico me prender e me matar, estará tudo bem porque me vão cortar a cabeça e eu terei dignidade, é melhor do que viver humilhada pelo EI.”
We read some newspapers say that Nissan Ibrahim is with our group we want to Confirm that she is not with #RBSS #IS pic.twitter.com/ffNkWHH9le
— Abu Mohammed (@Raqqa_sl1) January 5, 2016