“Arguido e vítima eram casados desde novembro de 1996, encontrando-se indiciado que, desde o início do casamento, o arguido agredia física e verbalmente a vítima”. A frase consta no comunicado emitido pelo Ministério Público, no qual revela que acusa formalmente José Castelo Branco, de 61 anos, de violência doméstica sobre a mulher, Betty Grafstein, de 95, e ao longo de quase três décadas de casamento.
A acusação detalha que as agressões passavam por forçar “a vítima a vestir roupa que escolhia, a ser maquilhada por si e a calçar sapatos que lhe provocavam dores”, lê-se no mesmo documento, que fala de relatos que se prolongaram “até maio de 2024, data em que a vítima foi internada num hospital, na sequência de um empurrão alegadamente desferido pelo arguido”
Para o Ministério Público, não há dúvida de que José Castelo Branco tinha “atuou com o propósito concretizado de maltratar a vítima, de 95 anos, molestando-a no seu corpo e saúde psíquica, injuriando-a e atemorizando-a, bem sabendo que era a sua mulher e estando ciente da idade desta”.
O alerta para episódios de violência doméstica surgiram em maio deste ano, fruto de relatos de “comportamento abusivo” e “recorrente” do marido, José Castelo Branco, confidenciados por Betty Grafstein aos profissionais de saúde do hospital CUF de Cascais onde foi admitida após uma fratura no fémur e ferimentos no braço esquerdo. Os profissionais de saúde fizeram, então, queixa deste crime público.
Confrontado, José Castelo Branco negava, então a 2 de maio, e afirmava que se tratava de uma “calúnia” e que teria “de ser provada em tribunal”. Já esta tarde, o socialite, de 61 anos, usou a sua rede social para, horas antes da acusação, pedir que rezassem pela saúde de Betty Grafstein.
O socialite foi detido pela GNR, por decisão do Tribunal de Sintra, tendo José Castelo Branco pernoitado na esquadra e apresentado a tribunal, de onde saiu com pulseira eletrónica e impedido de contactar a vítima e de permanecer no hospital onde, à data, se encontrava a mulher internada. Ficou também interditado de se aproximar a menos de um quilómetro de Betty Grafstein, segundo o despacho do juiz de instrução criminal.
Quanto a Betty Grafstein, a 4 de junho a joalheira norte-americana embarcou rumo aos Estados Unidos da América, tendo sido transportada de ambulância até ao aeroporto de Figo Maduro, em Lisboa. Dois meses depois, em agosto, o processo de divórcio interposto por Betty Grafstein dava entrada em Portugal, mas ainda não está concluído.
Se vier a ser condenado, arrisca uma pena de até cinco anos de prisão, como detalha o Jornal de Notícias, que avança que Betty Grafstein, de 95 anos, “tem medo” que José Castelo Branco “a mate”.