#HeforShe em Portugal tem José Fidalgo como embaixador

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[Fotografia: Divulgação/SIC]

Todas as noites vemos o ator na pele de Manel, na novela Amor Maior, da SIC, mas José Fidalgo acaba de aceitar um novo papel: o de embaixador pelas causas da Igualdade de Género, juntando-se à associação criada pela atriz e ativista britânica Emma Watson, que conta também com Nicole Kidman nas suas fileiras.

HeForShe [Ele por Ela, em tradução literal] é o nome da organização criada pela atriz, que tem desenvolvido trabalho na área da igualdade de género e sob égide das Nações Unidas. A iniciativa tem já uma filial a trabalhar em Portugal e acabou de escolher Fidalgo para dar a cara por ela.

“Serás quem quiseres, como quiseres, e que ninguém te diga o contrário”. Esta é a frase escolhida por José Fidalgo na hora de integrar este projeto.

José Fidalgo [Fotografia: Divulgação/SIC]
José Fidalgo [Fotografia: Divulgação/SIC]

Leia mais sobre esta iniciativa criada por Emma Wtason


Carolina Pereira, 23 anos, é o rosto da HeForShe em Portugal, é ela quem representa a organização criada por Emma Watson e foi ela quem decidiu convidar o ator.

Carolina Pereira, embaixadora do HeForShe com o propósito de implantar a organização em Portugal [Fotografia;: Instagram]
Carolina Pereira, embaixadora do HeForShe com o propósito de implantar a organização em Portugal [Fotografia;: Instagram]
 

“Já reconhecia o José Fidalgo como alguém que revelava, em entrevistas, essa preocupação pela igualdade de género e já tinha dado a cara por campanhas contra a violência nas mulheres”, explica a embaixadora ao Delas.pt.

Um amigo comum encurtou distâncias e, agora, Carolina conta que Fidalgo já começou a dar ideias do que pretende fazer, sem as revelar.

As surpresas deverão ficar esclarecidas a 11 de março, ocasião em que a organização fará uma apresentação pública dos seus objetivos, a partir da Casa das Histórias Paula Rego, em Sintra.

“Ele terá o papel, não só de megafone destas causas, mas também de passar a ser envolvido nas reuniões para a construção do que será o HeForShe em Portugal. No Brasil, Marcelo D2 é, por exemplo, homólogo de Fidalgo, desempenhando funções idênticas.

Campanhas e entradas nas universidades

Portugal tem uma representante da HeForShe desde dezembro e foi nessa altura que começaram os trabalhos. “Por um lado, temos em curso uma campanha – adaptável a cada país – e que por cá passa por pôr em evidência pequenas coisas em que se nota que há desigualdade de género, como por exemplo, em frases como ‘um homem não chora’ ou ‘ jogas à bola como uma menina’. Abrimos esta iniciativa ao online para que, quem quisesse, pudesse dar ideias”, explica Carolina Pereira. Esta responsável lembra que Portugal “´é o terceiro país mais desigual da Europa”.

Num outro patamar, a organização está a importar para dentro de fronteiras o programa IMPACT 10X10X10 e que pretende ter “impacto”, tal como o nome indica, “nas universidades, nos governos e nas grandes empresas”, conta Carolina.

“O Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE – IUL) foi a primeira universidade a assumir o compromisso de obter indicadores e marcas de paridade e recrutar alunos e professores olhando para esse equilíbrio (dos 33%) do ponto de vista do corpo docente”, revela a embaixadora do HeForShe.

Carolina antecipa que “a Universidade Nova, a do Porto e a do Algarve já demonstraram interesse em associarem-se à causa”. As iniciativas passam por “promover formações e workshops” nestas instituições. O objetivo é que, cumprindo os rácios, entrem no Top10 internacional.

Uma vez dado este passo, é tempo de olhar para as grandes empresas e para os governos. Confrontada com o facto de ao governo estar a preparar uma lei sobre a igualdade de género, mas ter nomeado apenas um elemento feminino para o Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos – Maria João Carioca – ou ter solicitado, no início desta semana, que o Banco de Portugal nomeasse uma mulher (Ana Paula Serra) para os corpos dirigentes do regulador – ficando abaixo do que a iniciativa legislativa prevê (33%), Carolina responde: “Há um duplo sentimento”.


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“Fico contente que que haja uma proposta de lei que revela alguma consciencialização do problema e demonstra vontade de mudar, mas percebe-se que há um longo caminho a percorrer”, refere.

Imagem de destaque: Divulgação/SIC