Judite Sousa: “Claro que não existe assédio nenhum”

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A jornalista, pivô e diretora-adjunta da TVI já tinha criticado o movimento #MeToo, aludindo a casos como o das atrizes Uma Thurman e Salma Hayek, na sua conta de Instagram, no sábado, 24 de março. Mas em resposta ao Delas.pt, Judite Sousa vai mais longe: “É claro que não existe assédio nenhum.

No sábado e num longo post, a jornalista considerou que o movimento #MeToo leva a “mensagens muito intelectualizadas mas que mais não são do que conversas de travesseiro“. Temas que surgiam, dizia a jornalista, devido “à falta de notícias novas sobre Trump, que todos os dias despede alguém da ala oeste”. Leia a mensagem na íntegra abaixo.

Sem querer adiantar mais detalhes ao que estava escrito, a pivô vincou ao Delas.pt que “este artigo era um longo reflexo de um pensamento muito amadurecido sobre o tema” e por ser “uma jornalista sénior e diretora-adjunta de uma estação tinha pensamento construídos sobre as matérias, incluindo estas“. Uma tomada de posição de Judite Sousa que, ao Delas.pt, revela: “Nunca fui assediada por nenhum superior hierárquico.”

À espera de uma possível contestação à posição que tomou, Judite atira: “Quero lá saber do embate, estou-me absolutamente nas tintas”, negando qualquer concordância com a corrente francesa de contestação ao #MeToo liderada, entre outras mulheres, pela atriz Catherine Deneuve. “É a minha opinião, fruto de um pensamento amadurecido e não vou mais além do que escrevi“, reitera.

“Dinheiro não dá felicidade, mas dá liberdade”

“O produtor cinematográfico Harvey Weinstein é um grande tonto. É sabido que assediou muitas atrizes para as ter na mão, julgava ele. Umas foram na conversa; outras não. Mas o que também é certo é que essas ‘assediadas’ tinham poder, nomeadamente económico para dizerem que sim ou que não. Porquê? Porque são das mulheres mais poderosas e ricas da indústria de Hollywood“, escreveu a jornalista e pivô na sua conta de Instagram.

Confrontada com o facto de a cronologia dos factos apontar para uma eventual relação de forças e de poder que, à data, as atrizes não tinham com o produtor de cinema, Judite é taxativa: “Então, elas não eram já poderosas e riquíssimas, multimilionárias até, há 30 anos? Já tinham liberdade para dizer não, para negar”, por isso, “digo que o #MeToo é uma onda, é uma tendência“.

Contudo, trará o dinheiro essa mesma capacidade de saber dizer não e autoestima suficiente para levar as mulheres a oporem-se a este comportamento? “É verdade que o dinheiro não dá felicidade, mas dá liberdade. E a Uma Thurman tinha falta de autoestima? Tinha o mundo a seus pés“, reage Judite.


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Certo é que este domingo, já após o contacto do Delas.pt, Judite Sousa volta a abordar a temática da #MeToo, agora sob o ângulo da autoestima.

“Este proletariado feminino é ignorado pelo #MeToo desta vida.”

“Alguém no seu perfeito juízo pensa que aquelas atrizes lindíssimas têm problemas dessa natureza [autoestima]? E mesmo a Salma Hayeq, uma morenaça com 1 metro e 60, que casou no hotel Cipriani, em Veneza, com um dos homens mais ricos do mundo, acusa esse tipo de debilidade? Obviamente que não”, escreveu.

A jornalista e pivô acrescentou: “Traumas de autoestima devem ter as operárias do Vale do Ave que ganham menos do que os homens e são mandadas para casa quando engravidam. Mas este proletariado feminino é ignorado pelo #MeToo desta vida. Certo?” Leia o Post na íntegra abaixo

Um texto escrito após “um telefonema dos sítios do costume com uma pergunta extraordinária: Judite, não acha que aquelas mulheres de que fala ficaram com problemas de autoestima?”.

Novo projeto em dia de prémio de uma das mulheres mais influentes

A diretora-adjunta da TVI tem dado conta de um novo projeto que está a preparar para abril, mas não abre mão do silêncio que tem promovido em torno desse novo desafio. “Vai ser lançado a 12 de abril, não vou avançar mais do que isso, está no segredo dos deuses”, sublinhou Judite Sousa ao Delas.pt.

É ainda naquele mesmo dia – como lembra a jornalista – “que irá receber o prémio das 25 mulheres mais influentes de Portugal“.Um galardão que lhe tinha sido já atribuído também em 2017.

Numa mensagem publicada na sexta-feira, 23 de março, no Instagram, a pivô da TVI dava já algumas pistas: “Gosto de cidades. Gosto do cosmopolitismo dos grandes espaços urbanos. Gosto de Singapura, Hong Kong, Xangai, Nova Iorque, Los Angeles, Londres, Paris e por aí em diante. Gosto de Lisboa e do Porto. E da moderna arquitectura#novidades #abril.” Mas, para já, o segredo está bem guardado.

Imagem de destaque: Jorge Amaral/Global Imagens

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