Judy Perkins: Quem é a nova esperança na luta contra o cancro

À espera da morte devido a um cancro em fase terminal, a norte-americana Judy Perkins, atualmente com 52 anos, engenheira, teve uma lufada de vida como nem ela, nem mesmo o corpo clínico pensavam ser possível. Atualmente, a paciente está sem registos da doença há dois anos e voltou à sua vida normal, sem quaisquer constrangimentos.

Na galeria acima conheça, em detalhe, esta americana que protagoniza agora uma nova esperança para a medicina, mas também para os milhões de pessoas com cancro.

Sendo uma mulher ativa, praticante de caminhadas e canoagem, esta paciente da Florida tinha já sido confrontada com o cancro de mama, em 2003, e uma mastectomia. Superada esta fase, voltou à sua vida e aos seus hobbies, como os desportos ao ar livre… até que, em 2015, voltou a ter de lidar com a doença, que voltou de forma mais agressiva: com metástases no fígado e outros órgãos.

Muitas tentativas depois, a sentença estava quase proferida. Porém, o tratamento experimental a que foi sujeita pelo Instituto Nacional do Cancro, em Maryland – e numa última tentativa – reverteu todos os tecidos tumorais. Seis semanas após o tratamento, os tumores tinham metade da extensão. Um ano depois, segundo reporta o estudo, tinham desaparecido completamente.

A imunoterapia experimental reverteu um cancro de mama em fase terminal. Um caso, até hoje, único e que, por ter sido tão surpreendente, mereceu a publicação – sendo episódio raro – na revista Nature Medicine.

Para o corpo clínico coordenado pelo médico e investigador Steven Rosenberg, está-se perante “uma nova abordagem imunoterapêutica para este tipo de doentes“. É necessário, contudo, algumas ressalvas quando olhamos para este tratamento oncológico personalizado, que passa por recolher amostras dos tumores para detetar alterações genéticas e encontrar os linfócitos (células do sistema imunitário) capazes de combater e destruir as células cancerígenas daquele tumor em específico. Será necessário produzi-los em laboratório para, durante três dias – e a par de medicação de reforço de sistema imunitário -, serem administrados à doente.

Em declarações ao DN, o coordenador do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas e médico da Unidade de Transplantes do IPO de Lisboa, Nuno Miranda, fala em “caso impressionante e extremamente raro”. Um episódio único que “ainda é preciso perceber primeiro se os resultados são generalizáveis a outros doentes, ou se este foi o caso muito particular”, salvaguarda.

Imagem de destaque: Facebook

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