A norte-americana Karen Keskulla Uhlenbeck converteu-se esta terça-feira, 19 de março, na primeira mulher a ganhar o prémio Abel, considerado o “Nobel” da matemática, em década e meia de história do galardão.
Uhlenbeck, de 76 anos, foi premiada pelos seus “feitos pioneiros” sobre equações diferenciais parciais geométricas, a teoria de gauge e os sistemas integráveis, assim como o “impacto fundamental” do seu trabalho em termos de análise, geometria e física matemática, segundo o comunicado divulgado hoje em Oslo.
A Academia Norueguesa das Ciências e das Letras sublinhou que Uhlenbeck, adstrita à Universidade de Austin (EUA), é uma das fundadoras da análise geométrica moderna e que a sua perspetiva se implantou na matemática e conduziu a alguns dos avanços “mais espetaculares” nesta área nos últimos 40 anos.
“As suas teorias revolucionaram o nosso modo de entender as superfícies mínimas, como a formada pelas bolas de sabão, e os problemas de minimização gerais em dimensões mais altas”, explicou o presidente do comité, Hans Munthe-Kaas.
As técnicas e métodos de análise global desenvolvidos por Uhlenbeck fazem parte “da caixa de ferramentas de todo o geómetra e analista” e o seu trabalho é também a base de modelos geométricos contemporâneos aplicados em matemática e física. O júri destacou ainda que Uhlenbeck é “um modelo a seguir e uma firme defensora da igualdade de género no mundo das ciências e das matemáticas”.
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